Editorial: Uma luz para Botuverá
Nesta semana, o jornal O Município publicou sobre a assinatura da escritura pública de doação do terreno destinado à construção da subestação de energia elétrica em Botuverá, ocorrida nesta terça-feira, 20. Na ação, estiveram presentes o prefeito de Botuverá Alcir Merízio, o vice-prefeito Valmor Costa, os representantes da Celesc, Beatriz Mônica Hasckel, gerente de divisão administrativa, e João Marcos Ribeiro, gerente da agência regional de Blumenau.
A doação do terreno integra a implantação da subestação, que visa fortalecer a infraestrutura energética da região, garantindo um fornecimento estável e seguro de eletricidade para os moradores e empresas locais.
Este é mais um episódio desta série interminável para construção da subestação, que é uma demanda bastante antiga. O jornal tem publicado, ano após ano, cobranças de empresários e políticos botuveraenses sobre o tema, que caminha a passos lentos.
Para se ter uma ideia, em 2016 a comunidade já fazia reuniões com a Celesc na qual se cobrava melhoria no fornecimento de energia elétrica. As quedas de luz se tornaram frequentes, e muitas empresas não conseguem aumentar a produção com segurança devido a esse problema.
Esse caso merece uma reflexão sobre o empreendedorismo no Brasil. Uma cidade cujo setor econômico quer expandir suas atividades, melhorar os indicadores de crescimento, mas esbarra em questões estruturais básicas, a energia elétrica, que é insuficiente para determinados tipos de atividades. O que era para ser algo básico, no Brasil, se torna uma maratona.
Também causa estranheza a posição de conforto da Celesc neste caso. É necessário que o município doe um terreno para que a companhia faça a sua subestação, aumente a produção de energia e, consequentemente, a venda de energia para Botuverá.
É como se, para aumentar o fornecimento de roupas aos consumidores, uma loja de confecções exigisse deles a doação de uma sala comercial para expandir suas atividades.
Em um mundo ideal, não só haveria a oferta suficiente de energia por parte da Celesc, como também a opção de comprar em outras fontes, se tivessem o melhor preço ou serviço. O monopólio não é bom para ninguém, exceto para a companhia.
Da parte da comunidade, todo o esforço está sendo feito, inclusive a doação do terreno para que a Celesc construa a subestação e cobre pela energia. A ampliação de estruturas já devia ser algo natural no planejamento, resolvida sem sobressaltos, o que só mostra a dificuldade que é empreender no Brasil.
Em todo caso, torcemos para que, com essa medida, tenhamos celeridade, que a Celesc cumpra a sua parte da forma mais rápida possível, e possa fornecer energia para Botuverá, propiciando ao município os meios para alavancar ainda mais o seu desenvolvimento econômico.