Eleições 2016: Entrevista com o pré-candidato a prefeito de Brusque, Jones Bosio

"O grande erro é fazer muito marketing e usar o eleitor"

Eleições 2016: Entrevista com o pré-candidato a prefeito de Brusque, Jones Bosio

"O grande erro é fazer muito marketing e usar o eleitor"

O Município Dia a Dia inicia série de entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura de Brusque. O primeiro da lista é Jones Bosio (DEM). Ele foi secretário de Obras do município, vereador e secretário de Estado de Desenvolvimento Regional.

Seu discurso é de que os prefeitos têm de parar de pensar obsessivamente em reeleição. “A reeleição é um problema grave, o prefeito deixa de administrar para o eleitor, administra para partidos políticos. Isso deveria ficar um pouco de lado”.

Na entrevista, Bosio fala sobre as motivações para disputar a prefeitura, de suas principais propostas e faz uma avaliação das gestões anteriores.


Município Dia a Dia: Por que quer ser prefeito?
Jones Bosio: Desde garoto eu acompanho a política e sempre tive a vontade de disputar as eleições. É uma forma de você ajudar os menos favorecidos. No Executivo você tem o potencial para ajudar. Hoje um problema é o da saúde, as pessoas têm dificuldade de consultas e tratamento. Quero ser o prefeito da cidade, porque vejo em mim e no grupo que está comigo, possibilidade de resolver grandes problemas na prefeitura, tenho convicção disso.


Município: O que acha da administração Prudêncio?
Bosio: Se for para entrar no debate, será de ideias e críticas construtivas. Em setembro do ano passado postei um vídeo – que não foi para denegrir a imagem do prefeito -, da quantia de servidores comissionados na prefeitura e o número de secretarias excessivas. A nossa ideia, enquanto vereadores, era trabalhar entre dez e 12 secretarias. O grande erro é fazer muito marketing e usar o eleitor. Não só o Prudêncio, o ex-prefeito [Paulo Eccel] também, que foi cassado. Aí você anuncia que demitiu todo mundo. Mas eu conheço todas as vielas do poder Executivo e ele não exonerou todo mundo. No Samae existem 30 cargos comissionados que não foram exonerados. Todos os cargos comissionados custam em torno de R$ 1,5 milhão por mês. Queríamos que esse R$ 1,5 milhão pudesse ser transformado em medicamentos, médicos. Mas agora estão sendo contratados todos novamente, já passa de 150 contratados. Aquele R$ 1,5 milhão foi só janeiro.


Município: Como governar sem ficar refém dos partidos?
Bosio: Se o eleitor levar o DEM ao Executivo, isso é uma coisa que já conversamos. Você vê alguns partidos que fazem assim: se você me dar três secretarias, você é um bom prefeito. Se me dá só uma secretária, é um mau prefeito. Para não ficar refém disso, tem que chamar a população para o seu lado. Um projeto relacionado à saúde, não posso sentar com vereador para ficar refém disso. Convoco a população a ir à Câmara e quero ver o vereador votar contra o projeto. Às vezes o prefeito fica refém do vereador porque o projeto tem entrelinhas, como este do Samae [venda dos terrenos], da mesma forma o do ex-prefeito Paulo Eccel, com o projeto do lixo [consórcio Cimvi]. O prefeito precisa sair dessa linha de ficar refém. Os vereadores têm que se posicionar de acordo com o pensamento dos eleitores.


“Você vê alguns partidos que fazem assim: se você me dar três secretarias, você é um bom prefeito. Se me dá só uma secretária, é um mau prefeito”


Município: Qual o principal problema da cidade hoje?
Bosio: A saúde. E as estradas. Mas as estradas se dá um jeito, por pior que estejam, se faz um paliativo. A saúde não espera. Não existe paliativo, ou você trata a pessoa, ou ela morre. Não tem remédio, não adianta falar que licitaram. E não é culpa da secretária, ou da ex-secretária. A autoridade máxima do município é o prefeito. Se você diminuir a folha de pagamento e aumentar a verba da saúde, ainda sobra 50% da arrecadação para outros fins. Hoje se aumentar 10% os recursos da saúde são R$ 40 milhões a mais. É preciso contratar mais médicos, nenhum vai ficar período integral no posto de saúde. Ele precisa ter o consultório particular dele. Não tem médicos nos postos. Temos que dar o foco da saúde. Eu não me importo de não deixar uma grande obra na cidade, isso virou uma utopia, uma lenda. Eu quero terminar o mandato, se vencer, reconhecido como o prefeito da saúde.


Município: Quais secretarias pretende extinguir?
Bosio: Em setembro eu já coloquei para o prefeito a minha posição de reduzir de 26 pastas para 12 pastas. A secretária de Cultura, Esporte e Turismo, com um diretor em cada pasta. O Ibplan pode agregar à Secretaria de Obras. Assistência Social pode agregar à Defesa Civil. A Secretaria de Governo e Gestão Estratégica tem que eliminar, a estratégia é o prefeito que traça, a estratégia é atender o povo. Fundema e Zoobotânico podem ser a Secretaria do Meio Ambiente, diluída em diretores para cada uma, em que cada uma tem um orçamento. Ou trazer o Turismo para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, como o prefeito está fazendo. Nossa meta é, no máximo, 12 secretárias.


Município: Detalhe alguma de suas propostas principais de campanha.
Bosio: Um ponto que vai ser muito importante e uma meta nossa é abrir as frentes de serviço da Beira Rio, para desafogar o trânsito. Se fala que não tem recursos, mas nós temos as escavadeiras hidráulicas, que daria para fazer as três frentes. Da ponte dos Bombeiros até a ponte Santos Dumont. A outra da Unifebe para frente; e a outra de Dom Joaquim para cima. Hoje a Beira Rio já é afogada, se não abrir novas vias vai ser impossível transitar. E também os pontos de alagamento. Na João Bauer, por exemplo, tem dinheiro já na prefeitura para executar a obra. Mas não se executa porque têm medo da eleição. Muitos políticos administram pensando no mandato. Essa obra teria que ser exigida da prefeitura, é para toda a população. Nova Brasília é outro problema, toda vez que chove tem alagamento. A gente tem que resolver isso urgente, e não precisa milhões para fazer.

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