Governo de Santa Catarina cogita exoneração de Celio de Souza da ADR após acusação

Advogado do ex-vereador e membros do governo querem ter acesso ao processo antes de sacramentar decisão

Governo de Santa Catarina cogita exoneração de Celio de Souza da ADR após acusação

Advogado do ex-vereador e membros do governo querem ter acesso ao processo antes de sacramentar decisão

Representantes do governo do estado avaliam a possibilidade de exoneração do suplente de vereador Celio de Souza (PMDB), atualmente ocupante do cargo de gerente de Administração na Agência de Desenvolvimento Regional de Brusque (ADR).

A movimentação começou após seu nome ter sido citado, em ação penal, como um dos vereadores acusados de ter tentado corromper o depoimento de uma das testemunhas, a senhora Íria Boni de Mello, em relação ao processo de desapropriação de terreno realizado pelo Samae, em 2011, o qual gerou investigação feita pela Câmara em 2013 e 2014.

O nome de Souza foi divulgado na última sexta-feira, 11, em coletiva realizada pela presidência da Câmara de Vereadores, na qual também foi anunciada a abertura de investigação interna pela Corregedoria.

No dia de ontem, representantes da Casa Civil do governo estadual e da ADR de Brusque realizaram discussões sobre a situação do ex-vereador. Oficialmente, nenhuma decisão ainda foi tomada, mas membros do governo não descartam a possibilidade de exoneração.

O secretário adjunto da Casa Civil, Ari Vequi, afirma que nenhuma decisão foi tomada oficialmente ontem pois o governo não teve acesso aos autos do processo em que Souza é citado, o que deve acontecer hoje, no decorrer do dia.

A defesa do ex-vereador também quer se manifestar junto ao governo, antes de qualquer decisão ser tomada. Vequi lembra que o trâmite a ser adotado não é inédito. No ano passado, situação semelhante aconteceu com o ex-secretário Jones Bosio.

À época, ele foi denunciado em ação de improbidade administrativa pelo Ministério Público e, dias depois, teve sua saída do governo oficializada, em comunicado oficial vindo do gabinete do governador.

“Quando houve o outro caso, o Ministério Público (MP-SC) foi procurado, mostrou a documentação, se avaliou e a partir disso se tomou a decisão. Vamos ver o processo e no momento certo o governo vai tomar alguma decisão”, afirma o secretário adjunto da Casa Civil.

Impacto político

Para o secretário, a denúncia contra um dos quadros do PMDB local não respingará nas intenções de candidatura do partido. “É uma questão isolada, fatos de uma CPI que eles estavam investigando. Não vejo como isso é uma questão partidária. Se ele fez ou não fez quem vai ter que assumir a responsabilidade é ele”.

“Vamos ter que analisar os autos para não cometer injustiça, ele tem direito de defesa”, prossegue. “Será feito o que tiver que ser feito”.


Corregedoria inicia amanhã análise da denúncia

O vereador Moacir Giraldi, corregedor da Câmara, informou que receberá oficialmente a denúncia contra Marli Leandro (PT), Celio de Souza (PMDB) e Felipe Belotto (PT) na sessão de hoje da Câmara.

Portanto, amanhã será o dia em que dará início aos encaminhamentos. Ao Município Dia a Dia, Giraldi, que tem 15 dias para apresentar relatório, informou que buscará apoio do Ministério Público para embasar sua análise.

Ele ouvirá a gravação original do testemunho de dona Íria, e deverá solicitar apoio do promotor do caso para tirar dúvidas. Giraldi consultará o MP-SC, ainda, sobre a possibilidade de convocação da testemunha, para que ela contextualize a acusação feita contra os vereadores.


Notas são divulgadas pelos envolvidos

No sábado, 12, a vereadora Marli Leandro e o suplente Felipe Belotto, que já haviam conversado com a reportagem do Município, divulgaram notas sobre o caso em suas páginas do Facebook, nas quais reiteram suas negativas em relação às acusações.

Marli disse “estar muito tranquila” em relação ao caso e “à disposição para prestar esclarecimentos”. Belotto, por sua vez, criticou a forma com que seus nomes foram divulgados pela Câmara.

“Infelizmente a Câmara fez essa coletiva para anunciar os nomes no final da tarde da sexta feira, sem o Judiciário em funcionamento para que eu pudesse ter acesso as informações e tirar isso a limpo”.

 

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo