João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Eleições 2018, a música não vai mudar!

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Eleições 2018, a música não vai mudar!

João José Leal

As cartas estão sobre a mesa ou, melhor, as candidaturas foram lançadas e os pretendentes a um mandato político já estão nas estradas, nas mídias e nas redes sociais. É uma corrida de alta velocidade, de desesperada busca do precioso e necessário voto para uma vitória eleitoral. É a batalha para se tornar um representante do povo, deputado, governador ou presidente da República. Nem todos são estreantes. A maioria já tem diversas eleições e vitórias no currículo. Sabem o que é bom e não querem largar o osso, de jeito nenhum.

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Pensam que, diante da crise ética e do mar de corrupção que contamina a vida pública e privada brasileira, seria um perigo, uma temeridade deixar a política para outros mais novos, sem experiência necessária para enfrentar as armadilhas e malandragens que envolvem o complicado processo político e administrativo. Então, por que renovar, se o que temos, no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas, está muito bom, é uma maravilha? Assim, vão permanecendo no cenário político, aparecendo a cada quatro anos para pedir o voto do eleitor, jurando que o povo merece esse compromisso sagrado com uma vida política de abnegação, de desapego e dedicação à causa pública.

Afinal, ser político, dizem eles, é uma missão sagrada, que exige sacrifício. E, acima de tudo, muita honestidade no trato do patrimônio da nação e do interesse público. Assim, esses candidatos que batem, a cada eleição, às nossas portas ou aparecem nas páginas dos jornais, nas telas da TV e dos telefones, espertos, se imaginam únicos, os melhores, os mais competentes para resolver os graves problemas econômicos e sociais deste país.

Como não quisemos ser políticos, temos que nos conformar com a nossa condição de eleitor e comparecer, no dia marcado, para exercer o voto obrigatório, que muitos acreditam ser o único caminho para a solução dos problemas econômicos, políticos e sociais. Na prática, as coisas parecem não ser assim. Penso que a democracia liberal, vista como o melhor regime político, está passando por uma grave crise. Principalmente, no Brasil. Nossas instituições estão corrompidas e ninguém parece disposto ao mínimo de sacrifício para promover as reformas indispensáveis à solução da nossa grave situação econômica.

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Pois é, as eleições estão chegando e os candidatos aí estão, prometendo trabalho incessante, honestidade, garantindo a solução dos nossos problemas maiores. Dizem que, ser político, é ter compromisso certo com uma vida de pobreza, dura e cheia de sacrifício. Porém, não tenho a mínima ilusão. Penso que nenhum deles está comprometido, seriamente, muito menos, terá legitimidade e força política para promover as reformas que a república brasileira tanto precisa. E a nação continuará afundando.

Infelizmente, a música não vai mudar e os músicos continuarão os mesmos de sempre, na política e na administração desta infeliz nação.

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