Em um mundo globalizado e com tantas portas esperando para serem abertas, a internacionalização é um processo cada vez mais necessário para que empresas estejam à frente em competitividade, inovação e qualidade. Mais do que um processo simples de compra e venda, as possibilidades são inúmeras para os empresários e empresas que buscam negócios fora do território brasileiro.
O mercado nacional é gigante em população e tem dimensões territoriais continentais, porém, é ocupado não só por empresas brasileiras e, portanto, estar atento às oportunidades e ir além das fronteiras se torna importante para ter um negócio mais estável.
Neste sentido, empresas de Brusque, de diversos setores, tamanhos e perfis, já entraram no processo de internacionalização, ainda em diferentes estágios. Uma unanimidade, porém, é clara: se feito de forma correta, apoiada em bons parceiros e baseada em boas práticas, a internacionalização só vem a somar.
“A internacionalização é para empresas de todos os tamanhos, basta querer”, resume Maitê Bustamante, presidente da Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). “O atual presidente [da Fiesc], quando iniciou sua gestão, estabeleceu a internacionalização da indústria catarinense como um dos eixos estratégicos”, completa.
Assim como a Fiesc, diversas entidades catarinenses e nacionais, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e a Associação Empresarial de Brusque (Acibr) intensificaram nos últimos anos o trabalho com as empresas para incentivar a internacionalização.
Isto segue uma tendência nacional. De acordo com dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), a expansão nas exportações nacionais no ano passado foi de 19%, acima da média mundial de 11%, em grande parte graças ao aumento dos preços das commodities. Segundo o Ministério da Economia, no último ano, 600 pequenas e médias indústrias entraram no mercado internacional pelo esforço feito através destas entidades.
Maitê destaca que o tamanho da empresa não influencia em sua possibilidade de internacionalizar e que existem diversos cases dentro do programa Intercomp e do GoToMarket, em parceria com o Sebrae, de pequenos negócios que buscaram se capacitar e conseguiram ampliar sua carteira de clientes, por exemplo.
“É necessário que o empresário não se acomode. Tem que reconhecer que o mercado nacional é enorme, de tamanho continental, mas também conta com uma porção de concorrentes internacionais. Mesmo que tenha uma certa garantia de compra, estará sempre em uma posição desvantajosa, porque o concorrente internacional já cumpre vários requisitos para entrar aqui”, ressalta.
Programas como o Intercomp e o GoToMarket têm à disposição serviços como consultorias, acesso a mercados, diagnóstico de maturidade, planos de ação customizados, participação em feiras e eventos dos setores destas empresas e uma série de outros serviços, disponíveis para empresas que tomarem a iniciativa e buscarem ampliar seus horizontes.
Ciclo virtuoso
Gerente de internacionalização do Sebrae-SC, Filipe Gallotti recebeu há quatro anos a missão de liderar o esforço da entidade nesta área. Ele enfatiza que este é um processo que pode ser feito por todos os setores e que o empresário precisa estar atento às oportunidades. “Uns são mais fáceis, outros mais complexos, mas todos são aptos. Por isso, a importância de atuar lado a lado com os empresários”.
De janeiro a julho de 2023, Brusque exportou cerca de 37,2 milhões de dólares e importou 238,22 milhões, de acordo com dados do Comex Stat, sistema para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Entre os municípios catarinenses, está na na 32ª colocação na exportação e em 12º na importação no período.
“A importação é interessante quando aquele produto que está lá fora tem um bom preço mesmo com o custo de internalizar. Temos empresas que precisam importar porque não conseguem no mercado local encontrar aquele produto, porque o Brasil não produz, ou quando, lá fora, o preço está mais competitivo”, explica Francine Krieger, coordenadora do Núcleo de Comércio Exterior da Associação Empresarial de Brusque (Acibr).
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