Embriaguez ao volante lidera ranking de prisões em Brusque
Dados da Polícia Civil indicam uma redução no número de flagrantes, em comparação com 2015
Dados da Polícia Civil indicam uma redução no número de flagrantes, em comparação com 2015
O primeiro quadrimestre do ano já traz um panorama do número de prisões em flagrante efetuadas na Delegacia de Polícia Civil (Dpco) de Brusque. De 1 de janeiro a 30 de abril, a polícia registrou 95 Autos de Prisão em Flagrante (APF), uma pequena queda em relação ao mesmo período do ano passado, quando registrou 108. O maior volume das prisões continua sendo pelo crime de embriaguez ao volante, que representa 60% dos flagrantes, com 59 prisões.
O delegado titular da Dpco, Fernando de Faveri, explica que apesar do número de prisões em flagrante ter reduzido, não significa que houve diminuição de crimes na região. “Pode haver crime sem necessariamente ocorrer a prisão. Também tem as prisões ocorridas por outras razões, como mandado judicial, fora do flagrante”.
Conforme os dados da Polícia Civil, os flagrantes de crimes patrimoniais tiveram uma diminuição em comparação ao ano anterior. Em 2016, foram feitas sete prisões em flagrante de furto, no comércio, em residências ou veículos. Já em 2015, foram 15. Os números não contabilizam as prisões decorrentes de mandado de prisão vinculados a inquéritos policiais ou processos criminais. Segundo Faveri, a maioria das conduções para análise do delegado ocorrem por meio de intervenção da Polícia Militar.
Entre os crimes mais graves ocorridos neste ano, que tiveram prisão em flagrante, está dois por homicídio doloso – quando há intenção de matar – contra homem, sendo uma tentativa e outro consumado; quatro roubos em comércio, um roubo em residência, e um de veículo. Três das prisões em flagrante foram por porte ilegal de arma de fogo; quatro por tráfico de drogas, um estupro de mulher e cinco furtos em comércio.
Além das outras por receptação e crimes ambientais. “Esses dados não abrangem os dados da Divisão de Investigação Criminal (DIC) e da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami), que possuem registros próprios”, ressalta o delegado.
Para o major da PM, Otávio Manoel Ferreira Filho, responsável pelo trânsito, a prisão por embriaguez ao volante tem alto índice por ser um dos crimes mais fáceis de ser identificados. “Infelizmente, é o mais praticado também. É um cultura do povo brasileiro, não só em Brusque. Só não é um número maior porque não temos efetivo suficiente para fazer fiscalizações mais rigorosas”.
Além da falta de policiais, o major diz que durante as operações de trânsito os militares têm usado o bom senso para conduzir à delegacia. São detidos apenas os condutores que estão em visível estado de embriaguez, gerando risco de causar acidentes e danos a outras pessoas. Existem ainda, os casos de acidentes de trânsito em que não é possível autuar, pois o condutor foge do local. Muitos também não são detidos por não aceitarem fazer o bafômetro e a embriaguez não ser evidente. “Quando ocorre isso, entendemos que se conduzirmos para a delegacia, o delegado não autuará em flagrante”, diz.
O major garante que se a PM fizer uma peneira bem rígida, em um fim de semana, flagrariam mais de 1 mil motoristas embriagados. Ele ressalta que a polícia resgatou as operações da Lei Seca e está intensificando as fiscalizações, após terem diminuído a frequência no fim do ano passado. Segundo o policial, a tendência é de que o número de prisões em flagrante por embriaguez ao volante seja superior ao ano passado. “Essa é a nossa meta, para que as pessoas percebam que estamos agindo e se conscientizem dos danos que podem causar para si e para os outros. É uma cultura que precisa ser revista pelos condutores”.
Crimes mais graves flagrados em 2016 no primeiro quadrimestre
59 – Embriaguez ao volante
5 – Furto em comércio
4 – Tráfico de drogas
4 – Roubo em comércio
3 – Porte ilegal de arma de fogo
2 – Homicídio doloso
1 – Roubo em residência
1 – Roubo de veículo
1 – Estupro de Mulher