Encontro Internacional de Negócios de Moda deve gerar mais de R$ 2 milhões em vendas
Projeções para seis meses tem base nos dados coletados até metade do primeiro dia de programação
Projeções para seis meses tem base nos dados coletados até metade do primeiro dia de programação
O Encontro Internacional de Negócios de Moda teve cerca de 120 rodadas de negócio, além dos contatos informais, durante a programação. Até o meio dia desta terça-feira, 5, a organização estimava cerca de R$ 2 milhões em projeções de negócios para os próximos seis meses. Os resultados finais foram apurados por uma pesquisa, ao término do evento.
A programação iniciou na segunda e teve representantes de empresas do Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Paraguai e Peru. Os atendimentos foram com horário marcado, o que possibilitou algumas visitas às fábricas locais.
Segundo Rita Cássia Conti, os resultados do evento tendem a refletir em uma aproximação destes mercados com os fabricantes locais. Ela é presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Brusque e Guabiruba (Sindivest) e membro da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc).
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Foi a primeira vez do evento no município. Com apoio da Confederação Nacional da Industria (CNI), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e Fiesc, ele foi gratuito tanto para os compradores, quanto vendedores, fato destacado por Rita.
Ela destaca a movimentação gerada com o evento e a possibilidade dos visitantes conhecerem mais sobre a tecnologia utilizada na região. Segundo Rita, a experiência foi positiva para a região e para o estado. “São compradores mais tradicionais. Foi muito bacana quem veio e o que está gerando de fluxo de negócios para todos”.
Novos horizontes
“Pensávamos que o Brasil era só São Paulo (comercialmente), mais ou menos assim. Se abriu um universo industrial para nós, ao conhecer Brusque, temos um novo horizonte. Tanto que gostaríamos de conhecer outras regiões de Santa Catarina, que vemos que tem um potencial muito grande”, resume o proprietário da Sock Shop no Equador, Gerardo Sanchez.
Nos 30 anos de operação, ele compra produtos brasileiros há pelo menos 15, mas não conhecia os produtos fabricados em no estado. Ele classifica sua primeira visita a Brusque como uma “experiência espetacular em todos os sentidos”. Sanchez se disse encantado com o que viu nas visitas às fábricas da cidade.
Ele destaca o esforço feito no país para a qualificação dos trabalhadores e tecnologia utilizada na região. O empresário mantém 10 lojas, a maioria em Quito, capital do Equador, além de uma Guayaquil. O visitante se disse agradecido por perceber o empreendedorismo local e a receptividade com os turistas. Com a experiência, espera fazer novas incursões pelo estado para busca de novos produtos.
Qualidade e preço competitivo, afirma, são essenciais para ter produtos compatíveis com o poder aquisitivo do país. “Conhecendo a qualidade dos produtos brasileiros, acredito que trabalhamos com as melhores marcas, nos encoraja que aqui também tem boa qualidade e, inclusive, estamos pensando em voltar para conhecer outras fábricas”.
Ampliação de contatos
Representante da Toalhas Atlântica no evento, Ana Claudia Fischer comemora a possibilidade de aproximar a empresa de novos contatos no exterior. A empresa, com sede no bairro Rio Branco, exporta para a Argentina e o Paraguai e já manteve negócios com o Uruguai e a Colômbia.
Segundo ela, durante os contatos, foi possível perceber que parte dos visitantes não conhecia Santa Catarina, apesar de gostarem da qualidade dos produtos locais. Tradicionalmente, afirma, os compradores resumiam suas visitas comerciais aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Durante o evento, ela aproveitou para apresentar os produtos e demonstrar a capacidade produtiva da indústria para compradores dos Estados Unidos, Chile e Colômbia. “Eu consegui levar eles até a empresa, demonstrar nossos produtos e isso tem muita valia. Nós também não conseguimos conhecê-los antes porque não tem como viajar e estar em todos os lugares, então esta oportunidade foi fantástica”.
Mesmo que os itens produzidos não sejam o foco dos compradores na visita desta semana, os contatos geraram interesse para outras empresas mantidas por eles. Para Ana, o modelo serviu para aproximar as empresas da região com este novo público e a proximidade com os países participantes do evento deve contribuir para a difusão dos produtos.
Mercado potencial
Diretor executivo da Arrazantty, Cezar Antônio Tolotti viu no evento a possibilidade de retomar os contatos para exportação dos produtos feitos no bairro Azambuja. “Nós não tínhamos esse contato e só pelo convite para o evento que tivemos acesso a este novo mercado”.
A dificuldade de conseguir manter contatos fora do país fez a empresa repensar a estratégia de exportações. Com contatos diretos, conseguiram enviar produtos para os Estados Unidos e México, mas em quantidades reduzidas.
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Sem conhecer a cidade ou indústria local, o colombiano Juan Manuel Mora buscava produtos para o site coosas.com, com sede em Medellin, segunda maior cidade da Colômbia. Cerca de 100 marcas são vendidas pelo portal, principalmente peças femininas, de moda praia e roupas íntimas.
“Tem sido muito enriquecedor conhecer a indústria têxtil de Brusque. O setor da moda é de um potencial muito grande e uma semelhança com alguns produtos da Colômbia, que tem um mercado potencial”, resumiu.
Durante a visita, os produtos de moda praia chamaram a atenção do comprador. O desenho, tecnologia e valor agregado do produto foram destacados por ele como características importantes para possibilitar a venda seu país.