Ensino particular de Brusque fecha 92 vagas de emprego em quatro meses

Cadastro Geral de Empregados (Caged) registra número negativo no setor

Ensino particular de Brusque fecha 92 vagas de emprego em quatro meses

Cadastro Geral de Empregados (Caged) registra número negativo no setor

De abril a julho deste ano, em meio à pandemia da Covid-19, as rede privada de ensino de Brusque teve quase 115 desligamentos de postos de trabalho. O saldo de empregos durante este período é de 92 negativos, que representa a quantidade de vagas fechadas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), atualizado mensalmente pelo Ministério da Economia.

Em março o saldo do setor da educação no município ainda era positivo. A partir de abril, quando as instituições começaram a sentir mais o impacto da suspensão das aulas presenciais, o saldo já foi negativo.

A partir dali todos os meses registraram saldos negativos. A área com mais impacto, segundo os dados do Caged, foi do Ensino Superior, com 50 desligamentos entre abril e julho. Em segundo aparece o Ensino Médio, com 29 desligamentos.

O diretor do Colégio Cônsul Carlos Renaux, Otto Hermann Grimm, explica que a instituição teve desligamentos de profissionais que atuavam nas atividades extraclasse, que também ficaram comprometidas após a suspensão das aulas presenciais.

Durante a pandemia o colégio não aderiu aos programas oferecidos pelo governo, como a suspensão de contratos e redução de horas. O diretor diz que a instituição manteve os profissionais enquanto pode, mas como não há perspectiva de retorno destas atividades extracurriculares este ano, precisou desligá-los.

Neste período, a instituição suspendeu o pagamento de mensalidades para a educação infantil, dos alunos até três anos, e concedeu 50% de desconto aos alunos de 4 a 6 anos. Nas demais turmas, o abono é de 20%. O colégio, mesmo sem as aulas presenciais, tem gastos fixos, e com a diminuição na receita a situação está deficitária.

O diretor agradece aos pais e alunos que têm sido compreensivos e também aos professores pelo trabalho que têm feito com os alunos a distância. “A gente espera que volte ao normal o mais breve possível”, finaliza.

A reitora do Centro Universitário de Brusque (Unifebe), Rosemari Glatz, diz que não houve desligamentos na instituição devido à pandemia. Ocorre que profissionais que não atuam mais na Unifebe que ainda estavam no quadro foram desligados, o que segundo a reitora é contabilizado nos dados do Caged.

A professora esclarece que a instituição inclusive tem contratado professores, especialmente para o curso de Medicina. Como todo semestre surgem novas disciplinas, é preciso contratar novos docentes.

No ensino médio, do Colégio Universitário, houve substituições, mas não por causa da pandemia.

Quanto à questão financeira, a instituição não diminuiu as mensalidades. A reitora explica que a redução não é uma realidade porque há gastos fixos, e que o custo mais alto são os professores, que continuam trabalhando mesmo em meio à pandemia.

No primeiro semestre do ano a Unifebe registrou um alto índice de inadimplência e aproximadamente 12% dos alunos não se rematricularam para o segundo semestre.

Rosemari esclarece que a evasão é comum no ensino superior, mas como o processo seletivo foi menor neste segundo semestre, não houve compensação. A expectativa é de que estes alunos retornem no próximo semestre.

Os protocolos de segurança para a retomada das aulas estão prontos. Quando o governo autorizar, a instituição retornará gradativamente. Primeiro serão liberadas as aulas práticas e as demais continuarão em take-home até que a instituição decida pelo retorno presencial.

O padre Silvano João Costa, diretor do Colégio e Faculdade São Luiz, explica que instituição suspendeu contratos em março, de professoras e auxiliares do Infantil A e B, níveis em que não é possível prestar um atendimento de qualidade no modo virtual.

O colégio também aderiu ao programa de redução de horas do governo. A faculdade não teve desligamentos e os professores continuam trabalhando normalmente porque as aulas continuam on-line.

Devido às mudanças na rotina, a instituição ofereceu descontos nas mensalidades. A educação infantil teve 40% de desconto e do ensino fundamental até o superior foram ofertados 10% de desconto.

O padre comenta que o ponto financeiro certamente afeta a instituição, assim como tem acontecido com empresas e outras unidades de ensino. Além dos descontos, há também a questão da inadimplência, que diminui a receita do colégio.

“É um momento difícil para todos”, diz o diretor. No entanto, afirma que estão trabalhando com responsabilidade para arcar com as despesas que chegam com o fim do ano, como décimo terceiro dos profissionais.

Durante a pandemia, tanto a faculdade quanto o colégio tem aulas síncronas, ou seja, o professor fica on-line em sala de aula virtual durante todo o período de aula. O padre elogia os professores. “É algo que merece realmente o nosso agradecimento, todos esses profissionais que não estão medindo esforços”.

 

 

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