Entidades e lideranças elencam o que deve ser prioridade para Bolsonaro e Moisés
Economia é vista como tema central, assim como reformas estruturantes
Economia é vista como tema central, assim como reformas estruturantes
A retomada da economia é fundamental para que o Brasil volte a crescer, na avaliação de entidades empresariais de Brusque. O jornal O Município consultou as principais instituições e políticos da região para saber o que, nas suas respectivas visões, deve ser prioridade para os governos federal e estadual no próximo mandato.
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Jair Bolsonaro, presidente eleito, e Carlos Moisés da Silva, governador, assumem os seus mandatos em 1º de janeiro de 2019. Ambos terão uma pauta grande de reformas e propostas para cumprir.
Entre o empresariado, o consenso é que a economia está fora dos trilhos. As entidades representativas pedem que a iniciativa privada seja incentivada, para que crie mais empregos.
Já entre as lideranças políticas da região, a principal reivindicação é uma antiga bandeira: a reformulação do pacto federativo. Os prefeitos querem que mais recursos fiquem nas cidades, que ficam com menos receita, mas ao mesmo tempo têm mais responsabilidades.
No que se refere à segurança pública, os representantes das polícias concordam que é preciso investir na educação para melhorar todo o contexto, principalmente, da juventude brasileira. Confira as opiniões a seguir:
Halisson Habitzreuter
Presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr)
O empresário considera que a segurança pública deve ter prioridade. “Tem que resolver este prende e solta”, declara o presidente da mais representativa associação da região.
O caminho para acabar esta situação de reincidências, ele acredita que é preciso reformas do Código Penal e Código de Processo Penal. “A questão da segurança pública tem que evoluir, para podermos ter um ambiente de estabilidade. Nós que estamos na cidade, entendemos que a segurança pública é basilar para resolver isso. O Bolsonaro vem com essa bandeira muito forte”.
As reformas também são apontadas como prioritárias. “Dependendo com quem você fala vai dizer que uma reforma é mais prioritária que a outra. Mas elas têm que acontecer, e o quanto antes, melhor. A reforma da previdência é sofrida, mas o Brasil vai ter que entender”.
“A questão da tributação, simplificação e redução da carga tributária que vão implicar na redução do custo da máquina pública”, acrescenta o empresário.
Habitzreuter também lista como fundamental a revisão da distribuição de recursos entre as esferas governamentais. “Ele já falou na questão do dinheiro ser repassado em maior quantidade para os municípios. Não tinha nem que ir, tinha que ficar, mas já é um começo”.
“A infraestrutura está muito velha, não tem investimentos. Isso está trancando o país todo. A nível nacional os problemas são bem maiores”.
Quanto ao estado, ele também cita a segurança pública como fundamental. “O estado tem que fazer sua parte, não só com efetivo, mas com inteligência, otimizando recursos. Vai ter que usar tecnologia, porque não dá para colocar um policial em cada esquina”.
“No nosso estado, a questão tributária também terá que ser enfrentada da mesma forma, com redução de custos da máquina”, diz Habitzreuter. “Será um dos maiores desafios para o Moisés”. Ele também cita a infraestrutura como prioridade.
Ademir José Jorge
Presidente da Associação de Micro e Pequenas Empresas de Brusque (Ampebr)
Jorge afirma que a expectativa é grande para os dois. Ele acredita numa “onda positiva” a partir de 1º de janeiro.
Quanto às prioridades de Bolsonaro, ele cita a economia. “Tem que reduzir os juros, temos que aquecer a economia, gerando emprego e renda. Incentivar o empreendedor. A economia está descarrilada”.
Para o presidente da Ampebr, o principal é fazer a economia voltar a crescer, para que o país se desenvolva.
Antonio Roberto Pacheco Francisco
Vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque
Pacheco afirma que, em conversas com empresários, há uma esperança de que a situação do país vai melhorar. Quanto às prioridades tanto de Bolsonaro quanto de Moisés, ele cita a questão tributária.
“O que o comércio, os serviços e a indústria veem é a questão dos tributos, rever esses tributos. Eles não vão cair de uma hora para outra, mas o principal também é dar condições com menos burocracia, com isso, o resultado também dá positivo. Mas o que o pessoal comenta é a redução de impostos, que se pede há anos”, afirma o vice.
Com relação especificamente ao governo federal, ele afirma que o foco está na segurança, família e na saúde. Pacheco acredita que com isso, o restante “vai acontecendo”.
Otávio Manoel Ferreira Filho
Tenente-coronel comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar
Para o comandante, a prioridade no âmbito estadual deve ser a educação. “O principal campo, não só do Moisés, mas também a nível nacional, é a educação, que é a arma para a melhora de um contexto do país e que se reflete nos demais”, diz.
“A partir da hora que o povo está bem esclarecido, ampliando o seu conhecimento, vai se alimentar melhor e ter menos problemas de saúde; vai saber cuidar melhor da sua economia, vai ter menos problemas financeiros, e vai saber se comportar melhor, consequentemente vai ter menos problemas com a segurança pública”, afirma o tenente-coronel.
Para Otávio, a falta de educação causa muitas consequência tanto em segurança quanto em saúde. “Que é o tripé para o equilíbrio da sociedade, para a qualidade de vida e para o sucesso de qualquer sociedade”.
No que se refere ao governo federal, o comandante cita a legislação trabalhista. “No meu entendimento proibir o jovem de trabalhar antes dos 14 ou 16 anos, dependendo do contexto, vejo como um retrocesso. Porque antes era normal a família ter vários filhos para trabalhar no campo, para sobreviver melhor”.
“Hoje isso, infelizmente, devido a alguns direitos e deveres para os pais, o que acontece é que os pais deixam na rua porque é proibido trabalhar, acaba ocasionando este jovem sendo educado na rua”.
Fernando de Faveri
Delegado regional da Polícia Civil
O chefe da polícia em toda a região cita as áreas mais básicas como prioridade. “Creio que Segurança, Saúde e Educação devem ser os pilares de atuação do Estado, seja em nível federal ou estadual”, declara.
A Polícia Civil é responsável por investigar os crimes. Com isso, o delegado regional também cita uma prioridade para a área.
“Especificamente quanto à segurança pública, a inovação tecnológica, integração e recomposição dos efetivos são os grandes desafios, na minha modesta opinião”.
Jonas Paegle
Prefeito de Brusque
O prefeito brusquense afirma que é muito cedo para prever o que deve ser feito pelo governo Bolsonaro. Com experiência de quem assumiu uma prefeitura após um troca-troca, ele acredita que o próximo presidente terá dificuldades.
“Eu tinha um entendimento, mas quando sentei na cadeira de prefeito, foi completamente diferente”. Paegle cita que colocar a casa em ordem será a primeira dificuldade de Bolsonaro.
Com relação às pautas prioritárias, ele cita as reformas. “ A reforma da previdência é obrigado a fazer, o Brasil não pode ficar sem. Mas como vai fazer e se vão entender no Congresso é que tem que ver”.
Paegle também acredita que a atuação do próximo presidente será influenciada pela economia mundial.
Sobre Moisés, a principal medida deverá ser levantar a dívida do estado com as prefeituras e saldá-las. “Vai ter que fazer um planejamento, onde vai cortar custos e de que maneira”.
Matias Kohler
Prefeito de Guabiruba
O prefeito diz que as prioridades do presidente devem ser cumprir as promessas de campanha. “Desburocratização e valorização dos municípios, com mais repasses e recursos”.
“É preciso uma repactuação para evitar a peregrinação de prefeitos a Brasília e Florianópolis, como acontece”. Ainda sobre o governo federal, mas especificamente sobre a região, ele afirma que é preciso terminar a BR-470.
Com relação ao governo estadual, o prefeito cita uma reivindicação antiga. “A reforma da escola João Boos é prioridade número 1”.
José Luiz Colombi, o Nene
Prefeito de Botuverá
Nene também vai na mesma linha de Matias Kohler. “A redistribuição de recurso, com proporcionalidade. O recurso tem que vir para os municípios”.
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O prefeito também cita uma obra importante que depende de dinheiro do governo central: a barragem de Botuverá. “A prioridade é a barragem, já conversamos com o deputado estadual Aldo e deputado Peninha”.
Com relação a Moisés, Nene Colombi diz que a prioridade deve ser a segurança pública. “Nossa polícia tem pouco efetivo. Eu estou fazendo parte de um conselho político estadual de saúde, representando a associação de municípios, que ele mantenha em dia o que é responsabilidade do estado na saúde, porque isso impacta na saúde da nossa população”.
O prefeito botuveraense também elenca a obra da SC-486, entre Botuverá e Vidal Ramos, como prioritária, pois já foi incluída três vezes no Orçamento Regionalizado, mas até agora não saiu do papel.