Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Epifania do Senhor

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Epifania do Senhor

Pe. Adilson José Colombi

Celebrou-se o Natal e, também, se festejou a chegada de mais um ano. Estamos já em 2019. Como o tempo é implacável. Vem e vai. Na medida em que envelhecemos, parece-nos que ele “vai e vem” mais rápido. Flui com uma velocidade que, quando jovens e adolescentes “durava” mais passar, parecia mais lenta, menos intensa. E como? Mas, o importante e necessário sempre saber se situar com clareza, no tempo e no espaço em que estamos. Do contrário, estaremos sempre deslocados e com grande possibilidade de não ter um rumo certo na vida.

Bem, tudo isso dito, para dizer que aí vem mais uma Festa dos Reis Magos. Liturgicamente, é mais denominada de Epifania do Senhor. Epifania, palavra grega que significa “manifestação”. Portanto, trata-se da Manifestação do Senhor (Jesus de Nazaré) a todos os povos. Mostrando que Jesus veio não só para o povo hebreu – Povo Eleito – mas, para todos os povos. A salvação é universal. Ninguém é dono de Jesus e de sua Proposta de Vida Nova, que leva a libertação/salvação. Essa é a visão religioso-litúrgica da Festa da Epifania.

Na nossa cultura, sobretudo brasileira, de longa data, trazida pela cultura lusa, a data também é acentuadamente cultural. É profundamente arraigada em várias regiões do Brasil, com seus ritos, danças, canções próprias, folia de reis… São muito populares e tradicionais os célebres “Ternos de Reis”, onde a arte popular se expressa de maneira rica e alegre pelas ruas e casas de muitas cidades do Brasil. É uma riqueza cultural que tem que ser preservada e, na medida das possibilidades, ser respeitada, promovida e amparada para que o povo tenha seu “espaço” de manifestar sua criatividade e respeito pelos seus valores que o ajudaram a construir seu estilo de vida.

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O Relato do Evangelho de Mateus, por exemplo, é bem sóbrio a respeito dos Magos. Não especifica quantos são, nem seu nome, nem sua procedência exata (“vieram do Oriente para Jerusalém”). “Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe”. Foram guiados por uma “estrela” que viram no Oriente e que “parou” onde estava o menino. E, depois “se prostraram diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt 2, 1-12).

Tudo mais o que é dito e festejado é obra dos Escritos denominados de “Apócrifos” (não reconhecidos como inspirados pelo Espírito Santo e não são dignos de fé) e da Tradição. É criatividade do povo, por meio de sua cultura. Assim, os nomes dados aos Reis (Baltazar, Gaspar, Melchior), o próprio título de “Reis”, a data de 06 de janeiro…

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Cada Mago, provavelmente, saiu de sua localidade de origem, ao contrário do que pensamos e é dito que vieram juntos. A Tradição popular diz que Baltazar veio da África e teria trazido mirra, normalmente ofertado aos profetas. Simbolizando, dessa forma, que Jesus é o grande Profeta que anuncia um novo estilo de vida para todos. (A mirra é um arbusto originário dessa região, onde é extraída uma resina para preparação de medicamentos). Já Gaspar teria vindo da Índia. Trouxe incenso, como alusão a sua divindade. (O incenso é queimado há milhões de anos para aromatizar os ambientes). Além de espantar insetos e energias negativas, representa a fé, a espiritualidade. Melchior ou Belchior partiu da Europa, levando ouro ao Messias, Rei dos Reis. (O ouro simbolizava a nobreza e era oferecido apenas aos deuses).

Tanto a liturgia católica como a própria cultura popular salientam que o Menino, filho de Maria de Nazaré, é também Filho de Deus. É Profeta, Rei e Senhor da História e do Universo. Veio para trazer a libertação/salvação para todos, sem exceção.

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