Escola de Brusque adotará modelo cívico-militar a partir de 2020

Militares auxiliarão a direção na rotina escolar e acompanharão comportamento dos alunos

Escola de Brusque adotará modelo cívico-militar a partir de 2020

Militares auxiliarão a direção na rotina escolar e acompanharão comportamento dos alunos

A partir do ano que vem, o município de Brusque vai contar com uma escola cívico-militar, que será instalada na Escola de Educação Básica Santa Terezinha. O comandante da 7ª Região da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Moacir Gomes Ribeiro, confirmou que a implantação já está em andamento e o início das atividades em 2020.

A iniciativa é da Polícia Militar (PM), do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Estado da Educação (SED). Inicialmente, o projeto será aplicado em uma escola de cada região da PM, totalizando 12 colégios cívico-militares.

O projeto é o aprimoramento de uma iniciativa do Corpo de Bombeiros em Itajaí, que teve inclusive uma implantação cogitada em Brusque.

“Houve um pequeno projeto em Itajaí, feito pelos bombeiros, não nos menos moldes, mas muito parecido. Como o resultado foi muito atraente, o governo do estado achou por bem melhorar esse projeto e incorporar à Polícia Militar, já que a gente já tem esse contato direto com os colégios”, explica o coronel.

A escola Santa Terezinha foi escolhida pelo supervisor de gestão escolar da Gerência Regional de Educação (Gered), Charles Gerati, por ser uma escola que recebe alunos de várias regiões do município.

“É um projeto de grande valia, toda gestão escolar necessita do trabalho da Polícia Militar dentro da escola, desde que seja um trabalho coerente e que seja de consonância com a gestão escolar”, avalia Gerati.

Neste segundo semestre de 2019 o projeto está sendo analisado pelo governo e assim que aprovado pelo governador do estado, Carlos Moisés da Silva, o plano terá início com a contratação e capacitação dos militares, contato com a escola e adaptação no contexto escolar. “Acreditamos que na prática comece no ano letivo de 2020”, comenta Gomes.

Como funciona

A escola cívico-militar não é igual ao modelo do tradicional colégio militar. Dois policiais ou bombeiros da reserva, que estão aposentados, serão treinados para atuarem no colégio, escolhidos pelo perfil e pelo desempenho que tiveram durante o serviço na corporação.

O oficial explica que os militares não vão interferir na gestão da escola, apenas auxiliarão a direção na rotina escolar, como se fossem inspetores, monitorando o uso do uniforme, a entrada e saída dos alunos em forma, a circulação pelo colégio, entre outros.

Além disso, vão administrar atividades extra-classe, como aulas de civismo. O comandante ressalta que as ações não fazem parte do currículo escolar e serão realizadas em outro período, fora do turno de aula ou então em brechas, como na falta de professor em algum horário. “Não haverá disciplinas curriculares ministradas pelos policiais militares ou bombeiros. Será apenas uma complementação”, ressalta.

“A nossa expectativa é muito boa. A gente vê com bons olhos esse projeto porque é uma maneira da segurança pública estar apoiando a Secretaria de Estado da Educação no sentido da gente evitar problemas de indisciplina, de comportamento, ou do uso de drogas”, diz Gomes.

Após o início das atividades, será feito um acompanhamento permanente para verificar se é preciso fazer adaptações. “É um projeto inédito que a gente está colocando nesses colégios e esperamos que realmente traga bons resultados”, comenta o coronel.

Gerati considera que a presença dos militares na escola vai dar mais segurança, mesmo que eles não estejam fardados. Como a escola Santa Terezinha, assim como as outras, tem algumas situações de mal comportamento, o supervisor acredita que o projeto vai coibir essas ações.

Ele diz que às vezes os alunos levam problemas para resolver entre si dentro da escola. “A nossa expectativa é que com esse projeto, além de trabalhar a questão moral e cívica, isso comece e amenizar”. E, além disso, espera que as mudanças ocorridas internamente aconteçam também fora do ambiente escolar.

Procurada pela reportagem, a direção da escola não quis falar sobre o assunto por não estar acompanhando a implantação do projeto.

Custos

O coronel diz que ainda não há um levantamento de quanto será gasto para a implantação e manutenção do projeto. No entanto, acredita que será um valor viável.

Os gastos serão com a produção de uniformes próprios para a escola cívico-militar e com gratificações para os militares contratados, que vão continuar recebendo apenas o salário que já ganham.

Segundo Gerati, o dinheiro gasto com o projeto será do governo federal.

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