Barragem de Botuverá custará 83% a mais do que o valor previsto inicialmente
Atual governo estadual busca recursos para tirá-la do papel e diz que obra é prioridade
Atual governo estadual busca recursos para tirá-la do papel e diz que obra é prioridade
Atrasada, a obra da Barragem de Botuverá está mais cara e não existe dinheiro garantido para que saia do papel. Estimativa atual do governo do estado indica que o seu valor já está 83% maior do que o previsto inicialmente, em 2015.
O governo do estado trabalha com três possibilidades de captação de recursos para a barragem: emenda parlamentar, dinheiro federal ou financiamento.
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Na semana passada, o secretário de Estado da Defesa Civil, João Batista Cordeiro Júnior, esteve em Brasília (DF), em reunião com o Fórum Parlamentar Catarinense – integrado por deputados do estado.
O secretário tratou, entre outros temas, da Barragem de Botuverá com os deputados. Ele conversou com os parlamentares sobre a importância da obra e o financiamento dela.
O governo de Eduardo Pinho Moreira tinha o financiamento para a construção, mas acabou por usá-lo para outros fins. Em junho de 2018, o jornal O Município noticiou que os R$ 90 milhões que seriam emprestados pelo Banco do Brasil haviam sido transferidos para outras obras.
Agora, o atual governo está em busca de verba para a barragem. O valor estimado foi atualizado pela Defesa Civil estadual e subiu para R$ 165 milhões, ou seja, 83% a mais.
A principal alternativa, neste momento, é o meio político. Em conversa com a deputada Carmen Zanotto, o secretário foi orientado a enviar um ofício ao fórum para solicitar uma emenda parlamentar de R$ 165 milhões.
Segundo Cordeiro Júnior, ainda na sexta-feira, 15, a Defesa Civil trabalhou na elaboração do ofício.
A segunda opção para o financiamento da obra é dinheiro federal. É uma via difícil neste momento porque a União está em sérias dificuldades financeiras e já anunciou cortes em várias áreas.
Apesar disso, o governo estadual também busca recursos com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) – criado por Bolsonaro a partir da fusão da Integração Nacional com Cidades.
A terceira opção é buscar financiamento por meio da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) – seria possível porque a barragem servirá também para a captação de água para abastecimento das cidades da região.
Independentemente da opção, o secretário diz que o governo sabe da importância da barragem. Ele tratou sobre a barragem com o governador Carlos Moisés, que assegurou que a obra é uma das prioridades.
Cordeiro Júnior é bombeiro militar. Ele morou e trabalhou em Brusque entre 1997 e 2005. Com essa experiência, ele afirma que tem conhecimento da relevância da barragem para minimizar enchentes em Botuverá, Brusque e Itajaí.
O bombeiro e secretário acredita que a barragem, junto com o sistema de radares e de alertas já existente, será bastante eficaz para minimizar e prevenir enchentes.
Outros usos
“A barragem vai além da proteção da Defesa Civil, ela tem possibilidade gerar água para consumo, além de energia elétrica”, diz o secretário de Defesa Civil.
Ele afirma que a água é de boa qualidade e precisaria de pouco tratamento. O líquido captado no rio Itajaí-Mirim poderia abastecer até a região de Balneário Camboriú – que tem sofrido com constante desabastecimento.
O projeto da barragem também prevê possibilidade de geração de energia elétrica. Essa possibilidade é bem vista pelo governo estadual porque poderia ajudar no barateamento dos custos.
Licenciamento
Pouco mudou nos últimos meses no que se refere ao licenciamento da obra. O governo informa que os projetos executivos da Barragem de Botuverá, que foram concluídos em 2015, passaram pela atualização de valores.
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Segundo o secretário, a obra já possui licença ambiental prévia e agora o governo estadual aguarda a licença de instalação. Já foram desapropriados imóveis localizados onde será o canteiro da obra, porém, resta a desapropriação da área do lago.
Como a barragem ocupará áreas do Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI), ainda é tratado com o governo federal a alteração dos limites. O estado deverá adquirir terras e doá-las ao parque – administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Não existe prazo para que essa etapa seja vencida.