Estudo mostra que 77% das calçadas do Centro de Brusque não são acessíveis

Acadêmicos da 7ª fase de Arquitetura e Urbanismo da Unifebe fizeram um diagnóstico da área central da cidade

Estudo mostra que 77% das calçadas do Centro de Brusque não são acessíveis

Acadêmicos da 7ª fase de Arquitetura e Urbanismo da Unifebe fizeram um diagnóstico da área central da cidade

Diagnóstico técnico do Centro de Brusque, realizado pelos acadêmicos da 7ª fase do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifebe, mostra que 77% das calçadas da área central da cidade não são acessíveis.

O estudo, que analisou também outros quesitos, foi apresentado para o prefeito Ari Vequi e representantes de entidades na semana passada. O objetivo foi levantar os problemas encontrados nesta região da cidade. Em dezembro, um novo encontro será realizado para apresentar sugestões do que fazer para melhorar. Todo o estudo foi orientado pelos professores Karol Diego Carminatti e Alexssandra da Silva Fidelis.

Os acadêmicos responsáveis pelo estudo analisaram 17 ruas da área central de Brusque. Destas, os estudantes concluíram que 13 não são acessíveis para os pedestres.

Dentre os principais problemas encontrados nas calçadas estão desníveis, buracos, postes, guia para deficientes visuais começando e terminando de repente ou em algum obstáculo, além de falta de continuidade dos passeios.

“A calçada é o primeiro elemento da via, onde o pedestre é o protagonista. Então analisamos o quão confortável é andar naquele lugar, e ao longo das análises não foi difícil perceber uma série de interferências, desníveis, falta de continuidade na maioria das calçadas. Este é o problema mais visível do Centro”, destaca o professor Karol Diego Carminatti.

O professor ressalta que toda a área central de Brusque tem como prioridade os carros, e observa que dar boas condições de trafegabilidade para os pedestres, com calçadas acessíveis a todos, além de um ambiente arborizado, e com segurança, pode influenciar economicamente na região.

“As vitrines das lojas são vistas a pé, as pessoas se interessam em entrar e comprar um produto quando estão a pé. Mas nunca se teve uma preocupação com o lado externo das lojas, em valorizar os pedestres. Sempre se valorizou muito os carros e as pessoas estão começando a sentir isso economicamente”.

O estudo destaca ainda que na área central de Brusque é possível fazer muitas coisas a pé, pois a área caminhável da região dá em torno de 1 km, por isso, a importância de dar segurança e conforto para os pedestres.

Outro ponto analisado pelos estudantes foi a arborização das ruas e a quantidade de sombra disponível para os pedestres. Neste quesito, de um total de um ponto possível dentro dos conceitos técnicos, o Centro de Brusque zerou, pois poucos segmentos de calçadas apresentam elementos adequados de sombra e abrigo.

Travessias

A área central também zerou quando analisadas as faixas de pedestres localizadas nas ruas que foram tema do estudo.  Neste quesito, os estudantes avaliaram os pisos e texturas, a área de circulação, guias rebaixadas para pedestres, guias rebaixadas para veículos, sinalização e comunicação.

Hoje, em uma caminhada rápida no Centro de Brusque, é possível perceber que várias faixas de pedestre não são rebaixadas, dificultando o acesso de cadeirantes, por exemplo, carrinhos de bebês e idosos.

Responsabilidade dos proprietários

O diretor-presidente do Instituto Brusquense de Planejamento (Ibplan), Leonardo Schmitz, lembra que os proprietários dos imóveis são os responsáveis pela manutenção e conservação das calçadas.

Ele explica que quando o órgão recebe alguma demanda relacionada aos passeios, os proprietários são notificados. “Hoje, não existe uma política pública destinada à manutenção e implantação de passeios públicos, haja vista que, neste momento, a falta de legislação específica prejudica a solução das demandas que merecem ação imediata”.

Leonardo esclarece ainda que o Plano Diretor do município define as diretrizes urbanísticas das calçadas em toda a cidade. Para as obras novas, quando os projetos são analisados e aprovados, devem seguir os padrões estabelecidos na legislação.

No caso de adequação, os proprietários podem entrar em contato com o Ibplan pelo telefone 3251-1812 para informações sobre como proceder.

“O Ibplan estará trabalhando nos próximos meses na confecção de cartilhas que nortearão tanto o projeto quanto a execução dos passeios públicos, definindo materiais, padrões e outras características”, revela.

De acordo com ele, o órgão também aguarda a apresentação das sugestões do estudo da Unifebe para elaborar futuras propostas de intervenção. 

O estudo

Além das calçadas, o estudo analisou as condições das ciclofaixas, estacionamento, pontos de ônibus e transporte coletivo na área central de Brusque. No total, a região alcançou 39,26 pontos de um máximo de 100.

“A pontuação final do Centro foi muito baixa. Vejo que este diagnóstico é uma forma de alertar sobre os problemas da região e então propor melhorias para evitar que esta área tão importante para a cidade se acabe aos poucos”, analisa o professor.

O diagnóstico foi feito seguindo a metodologia de Desenvolvimento Orientado ao Transporte (DOT), com diversos cálculos, critérios e análises.

Ruas analisadas

Avenida Cônsul Carlos Renaux
Rua Conselheiro Rui Barbosa
Avenida Monte Castelo
Rua Alberto Torres
Rua Guilherme Niebuhr
Rua Gustavo Krieger
Rua Felipe Schmidt
Ruas Paes Leme
Rua Prefeito Germano Schaefer
Avenida Arno Carlos Gracher
Rua Adriano Schaefer
Rua Henrich Richard Bruno Herbe
Rua Barão do Rio Branco
Rua Rodrigues Alves
Rua Idalina Von Buettner
Rua Alexandre Athanasio Gevaerd
Travessa Guilherme Krieger

 

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