Se o fim do governo Dilma é ansiosamente aguardado, para que o desastre econômico que vivemos tenha chance de se reverter, na área da Educação, a influência nefasta do governo e seus ideólogos pode ser muito pior.
Desde a década de 1920 que ideólogos socialistas, como o italiano Antonio Gramsci e o húngaro Georg Luckács, idealizaram uma revolução cultural, que abrisse caminho para que o socialismo de Marx pudesse ser implantado no mundo inteiro. Eles perceberam que a cultural clássica ocidental, fundada na filosofia grega, no direito romano e na tradição religiosa hebraico-cristã, seria uma barreira difícil de transpor.
Foi então que desenvolveram um projeto de transformação da cultura, no qual pessoas comprometidas com o comunismo deveriam se misturar a todas as instâncias da vida social e cultural, para, aos poucos e de modo disfarçado, inocularem o veneno marxista.
A cultura e a educação clássicas seriam as inimigas desse projeto, já que foram taxadas de cultura “burguesa”. Os “oprimidos” deveriam ser educados para uma nova concepção de mundo, que lhes proporcionasse “consciência crítica”. Seria uma espécie de libertação da opressão capitalista-burguesa. E o fundamento de toda essa revolução são as ideias de Karl Marx, o pai do socialismo. Devagarinho, elas deveriam ser absorvidas, abrindo espaço para que os socialistas tomassem o poder.
No Brasil, o maior arauto desse processo foi o professor Paulo Freire, que assumiu a tarefa de ser o grande “intelectual orgânico”, termo que Gramsci utilizava para falar dos que deveriam se misturar no meio da massa para disseminar as ideias socialistas. Teve e ainda tem muitos seguidores, pois as chamadas “pedagogias progressistas” praticamente dominaram as universidades e se espalharam de modo muito eficaz. No catolicismo, Leonardo Boff e Frei Betto carregaram muitos atrás da tal “teologia da libertação”, que é o marxismo travestido de formas religiosas.
A educação clássica, aquela que se tinha até a década 1970, praticamente desapareceu. E, como era de se esperar, a qualidade intelectual do país despencou. A grande seguidora de Luckács é a senadora e sexóloga Marta Suplicy. Suas ideias revolucionárias sobre sexualidade estão cada vez mais frequentando os currículos escolares. Uma vez no poder, a partir do primeiro governo Lula, esses ideólogos vêm implementando reformas e mais reformas, destruindo o pouco que ainda resta da Educação de qualidade. A nova proposta de Base Nacional Comum Curricular retira conteúdos essenciais de História, por exemplo, mas insiste nas questões étnico-raciais e de gênero, como se os problemas educacionais do país fossem o racismo e a “repressão sexual”.
Quem se preocupa com Educação de qualidade, como a que se faz na Coreia do Sul, por exemplo,e que deveria ser a nossa alavanca de desenvolvimento contínuo, deveria ficar perplexo. Deveriam evacuar o prédio do MEC, fazer um bom “descarrego”, e substituir todos que estão lá por gente que realmente entende de Educação, mais que de socialismo, bolivarianismo e revolução sexual.
O futuro do país aguarda, apreensivo.