Evandro Guimarães, técnico do Brusque: “Tomamos dois gols de falhas. Acidentes”
Treinador comenta estreia e explica decisões e início do trabalho
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O empate entre Brusque e Tubarão em 2 a 2 no Augusto Bauer neste domingo, 8, pela Copa Santa Catarina, marcou a estreia do técnico Evandro Guimarães à frente do quadricolor. O novo comandante da equipe campeã da Série D afirma que teve uma primeira impressão positiva da equipe e valorizou o apoio da torcida rumo ao gol de empate na coletiva de imprensa após a partida.
“Foi um jogo emocionante, em que a nossa equipe criou bastante desde o início, mas temos que salientar que a equipe do Tubarão vem de um período de preparação, e nós de um período de inatividade. Então nós temos que entender que depois desse título maravilhoso que o Brusque conquistou, houve a ressaca. E houve o descanso. E troca de atletas.”
“O Zé [Carlos, goleiro e capitão) foi muito feliz em falar agora no vestiário, que foi um retorno, mas o Brusque é isso aí: nós vamos buscar sempre, até o final. No intervalo eu conversei com os atletas e havia uma mudança para ser feita no posicionamento da nossa equipe, trocando somente um atleta. Adiantando o Hamilton, trocando o Vinícius pelo Robert, para fechar um pouco o meio. Eles faziam movimentações nas costas dos nossos dois volantes. O Gama e o Ruan sentiram dificuldade, e corrigimos.”
“No segundo tempo, voltamos melhor, agredimos, acho que tivemos mais chances de gol do que eles. Vocês devem analisar melhor. Tivemos aquela chance do Thiago [Henrique], ele poderia ter sido mais feliz no lance. Tivemos volume melhor, agredimos melhor. Depois, o Allan entra no lugar dele, o Robert vai para o lado do campo, fazendo uma recomposição mais rápida. O Thiago não tava num dia muito bom, mas é normal, é um retorno. É clube que vem de uma grande conquista nacional e passa por uma formatação natural. Alguns jogadores ainda não se conhecem.
“Mas gostei muito desta primeira impressão, deste primeiro jogo. Cheguei na terça-feira, trabalhei na quarta, na quinta, na sexta, e sábado foi descanso para o jogo. Não posso ter nenhum mérito, dizer que fiz grande coisa, mas a gente consegue fazer a leitura de jogo e ver que dificuldades vamos encontrar. Fatalmente temos limitações naturais, de uma equipe em formação que subiu da Série D, e consertar o que precisamos.”
Guimarães também falou sobre Robert, um dos novos reforços. Ele impressionou a torcida entrando no lugar de Thiago Henrique, que por sua vez teve má atuação.
“Nós temos que começara ver o que está dando certo dentro de um jogo e já ir formatando a equipe pensando nos próximos. Não podemos insistir. Não sou um técnico teimoso. Você tem que ser justo com o grupo. Um jogador que entra bem às vezes precisa de uma sequência. Durante a semana vamos ver como vai estar o Robert, como é o comportamento.”
“Tomamos dois gols de falhas. Acidentes. Eu nunca falo para meus atletas em clube nenhum que não vamos tomar gol. Podem acontecer acidentes. E assim você tem que estar preparado para reagir aos acidentes. A nossa equipe manteve a frieza e demonstrou porque é campeã. Como reage a situações dessa. Se fosse uma outra equipe, poderia se abater nos dois gols, talvez relaxar um pouco, ou desesperar, e se abrir. Nós poderíamos ter feito quatro no segundo tempo. O Zé Carlos não fez nenhuma defesa no segundo tempo.”
Questionado sobre possíveis erros na escalação com pouca mobilidade, utilizando Hamilton e Vinícius e utilizando Thiago Henrique, com estatura alta, o técnico reconheceu que possa ter havido uma falha, mas explicou seus motivos.
“Nós tínhamos que abrir a possibilidade de jogar com o Vinícius, que é o atacante que está aqui. Tínhamos que abrir possibilidade para o Hamilton estrear, um jogador que veio para nos ajudar, e se a gente não colocar esse jogador o mais rápido possível… O Hamilton também não jogou o segundo jogo da final da Série D. Uma semana a mais de descanso. Desfrutou do acesso, mas não jogou. Com 14 dias inativo, já se perde bastante do ritmo, da questão física. Isto nos dificultou um pouquinho.”
“A torcida, por cultura, se tomar um gol, o torcedor se desespera, ninguém presta mais, os campeões que chegaram em caminhão de bombeiros na cidade já não são mais tão campeões assim. Você tem que saber lidar com isso, e a gente vai entendendo essa reação emotiva. Às vezes, na entrevista, a gente falando ‘tenha calma. Tenha calma com seus campeões. Tenha paciência’. No final, quando fizemos o gol, quem nos empurrou, para o segundo gol? A torcida. De tão importante que é. A participação tem que ser positiva. Acho legal, porque o time começou a trabalhar de maneira diferente, confiante. Acho que esse aí é o caminho. Devagar, vamos chegar ao caminho certo.”