Expectativa é de que procura por peixes se intensifique nas vésperas
Em substituição à carne vermelha, alimento movimenta peixarias, mercados e pesque e pagues
Em substituição à carne vermelha, alimento movimenta peixarias, mercados e pesque e pagues
Tradicionalmente na Sexta-feira Santa, os católicos privam-se de carne vermelha em nome do amor e da gratidão a Jesus Cristo. Celebrada antes do domingo de Páscoa, a data representa a paixão, a crucificação e a ressureição do filho de Deus. Para substituir a carne vermelha, a maioria dos adeptos da tradição alimenta-se de peixes. Em Brusque, a procura pela iguaria aumenta nos dois dias anteriores e também durante o próprio feriado.
Com o propósito de auxiliar os consumidores na hora da compra, o Município Dia a Dia pesquisou valores de diferentes espécies em mercados, peixarias e pesque e pagues da região. O salmão, um dos mais procurados, varia até 76% entre os mercados. Enquanto no Big custa R$ 21,98 o quilo do peixe inteiro, no Bistek custa R$ 38,90 o quilo do filé.
Outra preferência entre os consumidores, a tilápia também apresenta variação expressiva entre os estabelecimentos: 82%. No pesque e pague Paulo Dirschnabel, localizado em Guabiruba, o quilo da tilápia limpa custa R$ 8,75. Também alocado no município, o pesque e pague Vincentini cobra R$ 16,00 por quilo.
Na peixaria Água Doce, de Brusque, o preço do quilo da espécie é R$ 12,00. De acordo com a vendedora do estabelecimento, Adriane Carla Magalhães, os clientes costumam comprar a tilápia na própria Sexta-Feira Santa.
“O pessoal deixa para comprar no dia porque vendemos a tilápia fresca. Geralmente compram de manhã. O movimento nos últimos três dias antes da data dobra em relação ao resto do ano. Ainda há muitas pessoas que respeitam a religião”, diz.
Há 55 anos trabalhando no ramo, o proprietário da peixaria Rio, Osvaldo Samagaia, diz que o movimento na Semana Santa continua o mesmo dos anos anteriores. Mesmo com a alta no dólar, que influencia na importação dos peixes, ele comemora as vendas. No estabelecimento, a sardinha e a corvina são preferência entre os clientes.
“Temos peixes da Argentina e do Chile. Por isso aumentou um pouco o valor, foram cerca de R$ 3,00 o aumento na maioria das espécies. Mas mesmo assim o cliente compra. Ele reclama do preço, mas compra” afirma.
Na peixaria Zize, o salmão, ao lado do cação e da tilápia, dividem a predileção dos consumidores, de acordo com o proprietário Luiz Henrique Schaadt. Ele afirma que não trabalha com promoções nesta época do ano, diferente do supermercado Archer que, segundo o gerente comercial, Udo Wandrey, promove na Semana Santa os peixes mais vendidos do ano todo.
“Fazemos as promoções em cima dos que mais comercializamos no ano. Nessa época, as vendas dobram. Então já adquirimos um volume maior dos peixes que mais saem para conseguirmos trabalhar com promoções”, explica.
Para os que preferem pescar o próprio alimento, o pesque e pague Paulo Dirschnabel abre as portas durante a semana. Roberto Schlindwein, um dos proprietários do local, lamenta a chuva do fim de semana, mas aposta nas vésperas da data para intensificar as vendas.
“Pena que choveu no sábado e no domingo. Isso acabou afastando os pescadores. Foi muita chuva, daí é ruim para pescar. Mas mesmo com a economia instável no país, eu acredito que a procura vai ser grande nessa semana”, aposta.