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Exposição debate padrões estéticos e identidade entre crianças, jovens e idosos

Os 36 “escalafobéticos” estão expostos na Fundação de Cultura até o dia 14 deste mês

Bonecos de pano ganharam nome, personalidade e um perfil nas mãos de estudantes de diferentes idades e idosos de Brusque. O trabalho manual e de criatividade era parte da projeto Escalafobéticos: Identidades Invisíveis Tornadas Visíveis, em exposição na Fundação Cultural de Brusque até o dia 14, com entrada franca.

Ao todo 36 escalafobéticos foram confeccionados durante o projeto. O esboço das criações surgiu quando a estilista Elisângela Brasil e o marido e modelista, Edson Brasil, buscavam uma alternativa de presente para uma sobrinha, que fugisse das concepções comerciais dos produtos oferecidos.

Há cerca de três anos, a solução foi criar um personagem em um boneco em branco, que expressasse a personalidade e traços dos três. De acordo com ela, havia uma preocupação em gerar reflexão sobre o consumismo e os padrões de beleza estabelecidos. Nesta ideia de carregar diferentes características da forma que é possível, surgiu o projeto.

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Para tirar a proposta dos planos, eles buscaram a parceria de Izaltina Bertolini, mãe de Elisângela, e Silvia Teske, amiga e colaboradora do projeto. Com o apoio da Fundação Cultural, foram feitas oficinas em escolas.

Reflexão e debate
Ainda no ano passado, uma oficina experimental foi desenvolvida. Ela serviu para alinhar o modelo que seria adotado. “A ideia era tentar desmistificar os conceitos de belo entre as crianças e jovens, mas expandindo isso para outras faixas etárias”.

A maior parte das vezes em duplas, estudantes a partir dos 9 anos até universitários puderam explorar a criatividade como forma de expressão. Diferente do que está em exposição, os bonecos começaram como peças separadas e sem cor. Os participantes tinham liberdade para fazer desde a ornamentação à criação de personalidade e história de seus escalafobéticos.

A expansão, afirma, também ocorreu durante esta etapa. Os temas abordados não ficaram limitados à estética, mas possibilitaram reflexões sobre a infância, personalidade ou bullying. “Tínhamos uma percepção de como poderia ser, mas não imaginávamos que o projeto fosse tão aceito e despertasse essa emoção”.

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Modelo adaptável
Na avaliação da coordenadora pedagógica da Escola Reunida Municipal Padre Luiz Gonzaga Steiner, Viviana Pavesi, o modelo adotado surpreendeu pela facilidade com que abordou os temas e incentivou a expressão dos alunos durante o trabalho. De acordo com ela, desde que o local rebebeu a oficina, atividades no formato de oficinas tem sido utilizadas como complemento das ações. Foi a primeira experiência do tipo recebido.

Segundo Viviana, o processo permitiu conhecer mais sobre a personalidade dos alunos e geriu uma identificação maior entre eles. “No início ficamos preocupados por saber como eles iriam reagir, por ser um trabalho manual, mas conseguiram colocar a identidade, gostos, estilos deles em cada uma das peças”.

Para a educadora, saber formas melhores de expressão e identificar as influências dos padrões estéticos podem facilitar o amadurecimento sem traumas entre os jovens. Com o uso das oficinas, acredita ser possível gerar debates mais espontâneos sobre os assuntos e uma assimilação mais fácil.