Falta de áreas de lazer faz moradores do Nova Brasília buscarem atividades em outros bairros
Prefeitura afirma que não tem terreno público no entorno e investimento é caro
A falta de espaços públicos para lazer e esporte no bairro Nova Brasília tem levado moradores e esportistas a recorrerem a outros bairros para momentos de lazer. A Prefeitura de Brusque reconhece dificuldades de avançar com medidas voltadas ao tema.
O presidente da Associação de Moradores do Bairro Nova Brasília (Amonbra), Marciel Grimm, avalia que a falta de espaços afeta a qualidade de vida da população local. O cenário foi reforçado por um levantamento feito no ano passado na comunidade. A análise foi realizada por integrantes da Escola de Ensino Fundamental Nova Brasília, como parte do Projeto Político Pedagógico. Foram ouvidas 266 das 372 famílias atendidas na época.
Veja também:
Com acúmulo de prejuízos, alagamentos fazem empresas deixarem o Nova Brasília
Concorra dez pares de ingressos para espetáculo com Whindersson Nunes
Ceab avalia projeto de duplicação da rodovia Ivo Silveira
De acordo com o levantamento, devido à falta de ginásio de esporte, parques e praças no Nova Brasília, os moradores recorrem a espaços disponíveis em outros bairros.
“A grande maioria dos momentos em família, geralmente são caseiros, assistindo televisão ou em visitas a familiares”, resume o documento. Na época, a coordenação tentava conhecer mais sobre as necessidades e perfil dos moradores do bairro.
Necessidade redobrada
Segundo a coordenadora pedagógica, Fabrine Verdi, sem opções de áreas de recreação, o uso de tecnologias ganha mais espaço entre as crianças. As limitações, descreve, são perceptíveis no comportamento dos alunos. “Observamos a necessidade que as crianças têm de correr no pátio na chegada, saída e recreio, que não tem este espaço em casa ou na comunidade”.
Para atividades extraclasse, exemplifica, é necessário recorrer ao Sesi, com pagamento por aluno participante ou organizar piqueniques em áreas de bairros próximos, como o Parque das Esculturas, no Centro 2.
De acordo com ela, são em espaços públicos que as famílias deveriam ter momentos de lazer, recreação e interação com a comunidade.
Campeões sem quadra
Mesmo sem espaços públicos para os treinos, iniciativas tentam estimular o esporte no Nova Brasília. Em 2015, Ricardo Marim reuniu um grupo de amigos para criar um time de vôlei. A experiência começou na quadra do prédio onde morava.
Como o espaço era o único disponível para 90 moradores e não possuía cobertura, a prática acabava limitada e o grupo decidiu procurar outro espaço de treinamento. A opção foi alugar a quadra da Escola de Educação Básica Padre Lux, no bairro Azambuja, duas vezes por semana.
Apesar das limitações, o grupo foi campeão dos Jogos Comunitários em seu primeiro ano. Desde lá, foram dois vices em 2016 e 2017 e um novo título na modalidade neste ano. Ele atribui o sucesso improvável à disposição dos integrantes, mas reconhece ser difícil para parte dos moradores manter atividades regulares dependendo de outros pontos da cidade.
Veja também:
Ampliação de escola do Nova Brasília esbarra em limitação de espaço
Procurando imóveis? Encontre milhares de opções em Brusque e região
Nova placa padrão Mercosul chega todo o Brasil até dezembro
Segundo Marim, caso houvesse a disponibilidade de um espaço para prática esportiva no bairro, a tendência é que mais modalidades se desenvolvessem. “Todos que querem praticar algum esporte precisam jogar em quadras alugadas, em outros bairros”.
Sem projetos
Para o vice-prefeito Ari Vequi, a falta de espaços públicos no bairro é um limitador para elaboração de projetos para atender a demanda. “Não tem disponibilidade de espaço e é uma área muito cara para fazer algo assim”.
Antigamente, lembra, o bairro possuía um campo de futebol. O espaço recebia partidas aos fins de semana, mas a estrutura ficava em uma área privada e acabou dando espaço à construção civil.