Falta de infraestrutura e desinteresse de moradores afetam funcionamento das caixas postais comunitárias

Projeto foi criado com o objetivo de atender bairros localizados em regiões mais afastadas da área central de Brusque

Falta de infraestrutura e desinteresse de moradores afetam funcionamento das caixas postais comunitárias

Projeto foi criado com o objetivo de atender bairros localizados em regiões mais afastadas da área central de Brusque

No início do ano passado, o Município Dia a Dia publicou matéria sobre a falta de funcionamento das caixas postais comunitárias dos bairros Volta Grande, Nova Itália, Cristalina e São João. Naquele período, problemas de infraestrutura e desinteresse dos moradores foram os principais pontos que prejudicavam a engrenagem.

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Criadas com o objetivo de atender bairros localizados em regiões mais afastadas da área central de Brusque, as caixas, hoje, esbarram nas mesmas dificuldades e, além disso, também enfrentam novos problemas. No Nova Itália, bairro que há um ano e meio precisava apenas construir uma estrutura para abrigar a caixa, a obra ainda não iniciou.

Segundo Argino Cecatto, presidente da associação de moradores, o desinteresse dos cidadãos e o troca-troca no comando da administração municipal prejudicaram a implantação no bairro. No local, a caixa seria instalada no campo de futebol do São Cristóvão Futebol Clube.

“Primeiro os moradores fariam a estrutura, mas ninguém quis ajudar. Então falei com o Juninho [Laureci Serpa Junior, diretor-presidente do Ibplan na gestão Paulo Eccel], e ele falou que a prefeitura faria. Mas com a mudança, nada foi feito. Eu procurei na gestão do Prudêncio [Roberto Prudêncio Neto] também, mas também não deu certo. Depois não procurei mais”, afirma.

Embora o problema exista, Cecatto diz que poucos moradores reclamam da situação. Atualmente, as correspondências do bairro precisam ser retiradas no Centro ou em estabelecimentos comerciais do bairro Santa Luzia.

O cenário do Nova Itália é quase o mesmo do São João: a caixa ainda não funciona. O São João leva vantagem apenas pela implantação do equipamento, que já integra a Unidade Básica de Saúde do bairro.

O presidente da associação de moradores, Adilson Sapeli, explica que o problema está relacionado ao CEP da caixa postal comunitária. Ele afirma que o número disponibilizado pelos Correios aparece como “inexistente” quando as empresas tentam cadastrá-lo.

“Os Correios deram um CEP para usarmos nas caixas, mas se uma empresa joga esse CEP, ele aparece como inexistente. Tentei usar ele para cadastrar a conta de telefone da Oi, mas não deu”, diz.

Devido a isso, explica o presidente, nenhum morador recebe correspondências por meio da caixa comunitária. Ele afirma também que não foi em busca de respostas nos Correios porque, durante a gestão de Prudêncio, parte do São João seria transformada em perímetro urbano, o que alteraria a entrega dos Correios.

“Eu vinha conversando com o Juliano [Juliano Montibeller, diretor-presidente do Ibplan na gestão Prudêncio] sobre o perímetro urbano, mas quando ele saiu, não teve mais evolução”, afirma Sapeli. “Atualmente, os moradores têm que pegar a correspondência no Centro”, completa.

Em relação ao problema no CEP, a assessoria de imprensa dos Correios diz que, no sistema da empresa, o CEP da caixa postal comunitária do São João está cadastrado na escola Cedro Alto e não na Unidade de Saúde.

Cristalina

Enquanto no Nova Itália e no São João os moradores aguardam o funcionamento das caixas, no Cristalina elas estão instaladas, entretanto, os cidadãos que se cadastraram não recebem correspondências porque não registraram o CEP nas cartas.

“Eles têm as chaves e o CEP liberados, mas acho que não aderiram por medo de que a correspondência não viria. Porque no início não estava funcionando. Mas em abril desse ano fui nos Correios, falei com o gerente, e ficou tudo certo. Quando os carteiros fossem para Botuverá, passariam aqui com as correspondências”, explica Elaine Petermann, diretora da escola Edith Krieger Zabel, local do bairro em que a caixa está instalada.

Responsabilidade

Quanto ao funcionamento das caixas, o Instituto Brusquense de Planejamento (Ibplan), por meio do engenheiro civil Vagner Marchi, diz que a partir do momento que a prefeitura disponibilizou os locais para implantação das caixas, elas ficaram sob responsabilidade dos Correios e dos presidentes das associações de moradores.

“A prefeitura já não participaria mais, pois era do interesse dos presidentes das associações que foram procurados pelos moradores para o cadastramento dos moradores das respectivas localidades. E então os contatos se davam diretamente entre o Correios com os presidentes das associações”, diz.

Ainda segundo Marchi, o Ibplan acredita que o serviço das caixas postais comunitárias é essencial para os moradores, sobretudo porque nem todos eles têm facilidade para se deslocar até o Centro para a retirada das correspondências.

Até o fechamento desta edição, a associação de moradores do Volta Grande não retornou os contatos da reportagem. No último contato, um ano e meio atrás, a caixa já estava instalada na escola Rotary Club Companheiro Ayres Gevaerd.

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