Hospitais de Brusque seguem enfrentando falta de pediatras
Atualmente, no Azambuja e no Dom Joaquim há cerca de 15 profissionais que atuam na área
Atualmente, no Azambuja e no Dom Joaquim há cerca de 15 profissionais que atuam na área
Há cerca de dois anos, o Município Dia a Dia publicou matéria sobre a falta de pediatras nos três hospitais do município. Na época, a carência de profissionais virou tópico de discussão devido ao fechamento do plantão pediátrico do Hospital e Maternidade de Brusque quando a casa de saúde ainda estava sob a gestão da Comunidade Luterana.
Gestores dos hospitais e membros de entidades voltadas à medicina falaram, na época, que a falta de pediatras estava relacionada, sobretudo, à redução de médicos que optam pela especialização na área.
Pediatra e membro da diretoria da Sociedade Catarinense de Pediatria, Marília de Novaes Costa Bergamaschi, afirmou, na época, que a pediatria requer muita dedicação do profissional e, em contrapartida, é pouco remunerada. Ela acrescentava ainda que os jovens médicos preferem especialidades que dão retorno financeiro imediato.
O cenário daquele ano continua o mesmo. No ambulatório clínico do hospital Azambuja, que atende convênio e particular, por exemplo, o quadro de pediatras estaria completo e teria 100% de cobertura se três novos profissionais se juntassem ao quatro atual, que é composto por quatro pediatras. Segundo o administrador da casa de saúde, Fabiano Amorim, o pediatra ainda é um profissional em falta no mercado.
“É um profissional que é difícil encontrar hoje no mercado, além deles, o clínico e o endocrinologista, por exemplo, também são difíceis de encontrar. Ninguém mais quer essas especializações. Enquanto há especialização vazia, há outras que estão cheias, como oftalmologia e radiologia”, diz.
Para contratar novos profissionais, Amorim explica que o hospital procura orientação dos médicos que já integram o quadro. Ainda segundo o administrador, os pediatras que atuam no ambulatório (que está localizado em anexo ao centro de imagem), trabalham das 7h30 às 21h30, no entanto, em apenas 75% do tempo há cobertura dos profissionais.
Quando eles não estão em atividade, explica Amorim, os clínicos gerais atendem os pacientes. No pronto-socorro do Sistema Único de Saúde (SUS), por outro lado, a cobertura é apenas dos clínicos gerais durante as 24 horas. A crianças somente é atendida pelo pediatra em casos de internação.
Nesta modalidade, afirma o administrador, o quadro de pediatras está completo. Ele diz que, no Azambuja, sempre há um profissional disponível para atendimento SUS. Atualmente, o hospital conta com cerca de 12 pediatras.
O Dom Joaquim, por sua vez, conta com apenas três profissionais da área da pediatria em atividade. Um atua no plantão realizado às quintas-feiras à noite e os outros dois atuam em cirurgias, nascimentos e internações.
De acordo com o diretor administrativo do hospital, José Mauro Junglaus, a demanda de pacientes no plantão de quinta-feira é baixa. Caso aumente, afirma, a ideia é estender os atendimentos para outros dias e horários.
A reportagem entrou em contato com o Hospital e Maternidade de Brusque, no entanto, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.