Falta de profissionais especializados dificulta ensino de Braille em Brusque
Regional conta com três alunos cegos, mas que não têm o acompanhamento específico de um professor
Regional conta com três alunos cegos, mas que não têm o acompanhamento específico de um professor
Atualmente, a Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Brusque tem três alunos cegos matriculados na rede estadual de ensino. Esses alunos frequentam o ensino regular e, no contraturno, também recebem apoio nas salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Entretanto, apesar de ter alunos deficientes visuais, hoje, a ADR não conta com profissionais especializados no sistema Braille – um processo de escrita e leitura baseado em 64 símbolos em relevo, utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão.
De acordo com a consultora educacional da ADR, Marilene Carrano Barros Melara, o único profissional especializado que a Gerência de Educação tinha, se aposentou, e ainda não há outro para substituí-lo. “Temos muita dificuldade em contratar profissional especializado”, afirma.
Segundo ela, os estudantes cegos frequentam as aulas normalmente e, no contraturno, teriam direito ao profissional no AEE. “As escolas que têm alunos cegos teriam direito a esse professor que trabalharia no contraturno com esse aluno com o Braille, mas nós não temos professores especializados, realmente falta profissional”.
Marilene destaca que, mesmo sem os professores especializados, os alunos cegos recebem material didático adaptado. “Nós encaminhamos os livros utilizados por eles e a Fundação Catarinense de Educação Especial transforma o conteúdo em Braille ou em áudio livro para os alunos que ainda não compreendem o sistema”.
Marilene afirma que todos os alunos têm direito a este material diferenciado. A produção é feita no Centro de Apoio Pedagógico e Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE).
Quando a escola tem algum aluno que necessita do material adaptado, entra em contato com o CAP, que analisa o livro, coloca mapas em relevo e realiza a descrição de imagens. Depois, é feita a diagramação e impressão por meio do programa Braille Fácil.
A professora Eluza Manzon atua como educadora especial na Escola de Educação Básica Dom João Becker. Atualmente, a instituição conta com um aluno cego e a sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE) tem alguns materiais para auxiliar no seu aprendizado, como os livros transcritos para o Braille.
De acordo com ela, os atendimentos a alunos com deficiência visual e auditiva eram centralizados na Dom João Becker, hoje, eles podem ser matriculados na escola mais próxima de casa, já que todas as escolas contam com as salas especializadas.
“Não temos profissionais específicos de Braille, e a demanda de alunos está bem menor. Hoje eu atendo um aluno cego, tenho noções básicas, mas não é o ideal”.