Família torcedora do Brusque fala sobre paixão pelo clube e tradição de ir aos estádios
Trio esteve em 12 dos 14 jogos do quadricolor na primeira fase do Campeonato Catarinense
Trio esteve em 12 dos 14 jogos do quadricolor na primeira fase do Campeonato Catarinense
O amor pelo Brusque é um dos pilares da família de Igor Hoffmann Ganzert, 41 anos, Dinara Elizabeth Minks, 49, e Murilo Minks Ganzert, 8, que tem estado presente em quase todos os jogos do quadricolor neste Campeonato Catarinense, até mesmo nas partidas mais distantes, como no Oeste. A história de dedicação e paixão começou há alguns anos, pouco depois de Igor e Dinara terem passado a morar em Brusque.
O casal é natural do Paraná, mas Igor e Dinara se conheceram há cerca de 10 anos em Joinville. Ele fazia um trabalho na cidade, e ela já morava lá desde 1986. E, para se encontrarem, ainda contaram com o apoio do Orkut, antiga rede social. Não demorou para que começassem a morar juntos, após apenas dois meses de relacionamento. “A cidade era muito acolhedora, e eu amei vir. Ela já tinha a ideia de vir morar em Brusque”, relata Igor.
A tradição quadricolor na família começou em 2014, quando Igor e Dinara procuravam por algum lazer familiar e viram no Brusque a opção ideal. Em 11 de março daquele ano, o filho do casal, Murilo, fazia seu primeiro aniversário. Nos primeiros momentos, o casal só ia aos principais jogos.
“A gente percebeu desde muito cedo que o Murilo era apaixonado por bola. E resolvemos trazer ele junto. Ele não tinha um ano ainda quando começamos a trazer”, comenta a mãe. E, desde então, a família tem estado unida nas quatro cores.
“Nós criamos um amor pelo Brusque. Uma paixão. Uma paixão familiar que toca muito forte, que arrepia. Em dia de jogo, a casa é diferente, o dia é outro”, comenta Igor.
O tempo passou, e Murilo foi criado um torcedor quadricolor. Tanto que Igor não conseguiu transmitir o amor pelo São Paulo, seu primeiro clube do coração. O garoto puxa mais pelo lado flamenguista de Dinara, mas é apaixonado mesmo pelo Bruscão. E, no ano passado, conheceu o Borussia Dortmund, adotando-o como seu time no futebol europeu.
Muito educado e comunicativo, Murilo exibe seus conhecimentos sobre o futebol e sobre o Bruscão a qualquer pessoa que entre no assunto com ele. Tem lembranças vivas do título da Série D de 2019, e Júnior Pirambu é seu jogador preferido dentre os que já viu vestir a camisa quadricolor. Do elenco atual, Alex Sandro tem sido unanimidade entre o trio.
Naquela temporada de 2019, Igor foi sozinho de ônibus a Itajaí na final da Copa Santa Catarina, contra o Marcílio Dias. No caminho, ele recebeu de Dinara a foto com a faixa “bem-vindos ao inferno”, exposta no trevo da BR-101 por torcedores do Marinheiro. Ela sugeriu, com bom humor, que ele voltasse. “Jogavam bota, sapato em nós”, recorda o empresário, que tem uma pequena empresa que constrói casinhas infantis e brinquedos de parquinhos.
“Na final em Manaus, ainda estávamos começando a empresa. Ainda não tenho condição de fazer uma viagem maior”, explica Igor. Ele nunca fez uma viagem da avião e sonha em conhecer o Morumbi.
E a pandemia interrompeu a sequência de jogos da família no Gigantinho. Mas, ainda assim, Igor estava presente com a turma que acompanhava nos muros do estádio. Depois das partidas, esperava os jogadores para prestar apoio.
A família foi surpreendente neste Campeonato Catarinense, ao viajar a Concórdia e a Chapecó para acompanhar o Bruscão. Contra o Galo d’Oeste, o trio viu um 0 a 0 na estreia. Mas diante da Chapecoense, foi uma grande vitória por 3 a 1 de virada, e eles eram os únicos torcedores visitantes.
A viagem mais distante foi a Chapecó, de carro, e custou cerca de R$ 1,5 mil. A família sempre tenta aproveitar outras atrações das cidades a que vai, antes de a bola rolar. “Foi muito dinheiro, mas trabalhei bastante, de madrugada, de manhã”, comenta Igor, explicando que os trajetos mais longos pesam mais no orçamento da família do que podem parecer.
No jogo de ida da semifinal, contra o Concórdia, numa quarta-feira à noite, não foi possível ir. Foi apenas o segundo jogo do Bruscão sem a presença da família no estádio nesta temporada. O motivo foi a demanda do trabalho. “Tô até assustado, de tanto trabalho. Não deu certo de ir. Fiquei com o coração partido de não ter ido, mas faz parte”, explica. Nesta temporada, o jogo contra o Hercílio Luz não teve a presença do trio.
O pai da família afirma que vem tentando apoiar e participar do clube de todas as formas, mas quando é perguntado se gostaria de integrar a diretoria, a resposta é de que não pensa neste tipo de envolvimento, pelo menos por enquanto. No momento, o mais aguardado é o lançamento de um novo plano de sócio-torcedor, que pode ficar pronto se o clube conseguir mandar seus jogos pela Série B no Augusto Bauer.
Igor reserva elogios à gestão atual pelo que considera uma atenção importante dada às famílias e às crianças no estádio. “Tem que investir na próxima geração”, comenta, apontando para o filho. “Eles é que são o futuro do Brusque, que vão encher o estádio logo.”
“Tenho a agradecer ao Brusque por existir na nossa vida. Ele é superação, lazer, paixão”, continua Igor. “E não abandonamos quando está na pior”, completa Dinara. Completamente apaixonados pelo Brusque, mãe, pai e filho seguem firmes para acompanhar a equipe também numa possível final, na torcida pelo segundo título catarinense.
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