Febre do oropouche: Vigilância em Saúde de Brusque explica sintomas e semelhança com a dengue

Até o momento, município registrou quatro casos da doença; casos em Botuverá foram os primeiros do estado

Febre do oropouche: Vigilância em Saúde de Brusque explica sintomas e semelhança com a dengue

Até o momento, município registrou quatro casos da doença; casos em Botuverá foram os primeiros do estado

Botuverá registrou os primeiros casos da febre do oropouche em Santa Catarina. Oito dias depois, Brusque registrou quatro casos. A diretora da Vigilância em Saúde de Brusque, Carol Maçaneiro, conversou com o jornal O Município e explicou o que é a doença, os sintomas e a semelhança com a dengue.

A doença é causada por um arbovírus, um vírus transmitido por mosquitos. O transmissor mais comum é o maruim, porém, há um outro que também pode transmitir a febre, o Culex.

Carol explica que, depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias até picar uma pessoa saudável e assim transmitir a doença.

“Até o momento não há evidência de transmissão direta de pessoa a pessoa. Após a infecção, o vírus permanece no sangue dos indivíduos infectados de dois a cinco dias após o início dos primeiros sintomas. O período de incubação intrínseca do vírus (em humanos) pode variar entre três e oito dias após a infecção pela picada”, explica.

Aumento de casos no Brasil

Quando Botuverá registrou os primeiros casos do estado, a secretária de Saúde do município, Márcia Cansian, explicou ao O Município que a doença é comum em regiões da Amazônia e nos estados Pará, Espírito Santo e Rondônia.

Segundo Carol, há um aumento de casos da doença no Brasil em comparação com o ano passado. Minas Gerais registrou em 2023 835 casos da febre do oropouche, enquanto em 2024 o número chega a 4.349 até o momento.

“Atualmente, com exceção do Tocantins, todos os estados da região Norte registraram casos da doença. Dos estados da região extra-amazônica, cinco já confirmaram casos, sendo eles Piauí, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina”, finaliza.

Por fim, Carol afirma que, até o momento, não há diferença no comportamento de casos e evolução dos pacientes em Santa Catarina em comparação com outros regiões do país.

Ciclos da doença

A diretora explica que existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença: silvestre e urbano. A diferença entre ambos é a espécie do hospedeiro do vírus.

No ciclo silvestre, animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros. Alguns mosquitos como Coquillettidia Venezuelensis e o Aedes serratus também podem carregar o vírus. O mosquito Culicoides paraenses, o maruim, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.

Partindo para o ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O maruim é o vetor principal. Porém, o Culex quinquefasciatus, connecido como pernilongo, é encontrado em abundância nas cidades e pode, ocasionalmente, transmitir o vírus.

Sintomas semelhantes aos da dengue

Os sintomas da febre do oropouche são idênticos aos da dengue e chikungunya, sendo eles tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas, vômitos, dores de cabeça, musculares e articulares.

“Em parte dos pacientes, os sintomas podem reaparecer até duas semanas após as manifestações iniciais. Eles duram de dois a sete dias, com evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves. Não há relatos de óbitos associados à infecção”, esclarece.

Por fim, a diretora diz que as picadas do mosquito costumam causar incômodo e reações alérgicas.

Tratamento e orientações

Semelhante à dengue, não existe um tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento da rede municipal de Saúde.

Uma das orientações para a prevenção da febre de oropouche gira em torno de medidas de proteção individual e do ambiente que a pessoa está.

Carol diz que o ambiente em que o mosquito se desenvolve varia de espécie para espécie, porém há três elementos que são necessários: umidade, sombra e matéria orgânica.

O uso de repelente e roupas compridas pode ajudar a diminuir as picadas. Já o uso de telas em portas e janelas, como barreiras físicas, recomendados em alguns casos, não surtem efeito, pois elas reduzem a circulação de ar dentro de um ambiente.

A diretora também orienta que é necessário manter árvores e arbustos podados, de forma a aumentar a insolação no solo. Também é preciso retirar o excesso de matéria orgânica, como folhas e frutos.

Outra dica é manter terrenos baldios livre de matos e o plantio de grama, ação que mantém os maruins sob controle. Por fim, Carol orienta a manter os abrigos de animais sempre limpos.


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