Fiesc realiza 2ª edição do Fórum Empresarial do Programa Travessia
Foram discutidas as perspectivas da economia brasileira e catarinense após a passagem da pandemia de Covid-19
Foram discutidas as perspectivas da economia brasileira e catarinense após a passagem da pandemia de Covid-19
A Federação das Indústrias de SC (Fiesc) realizou na manhã desta quinta-feira, 3, a segunda edição do Fórum Empresarial Programa Travessia. Na ação, foram discutidas as perspectivas da economia brasileira e catarinense após a passagem da pandemia de Covid-19.
Participaram do encontro o secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, o presidente do Conselho de Administração da WEG, Décio da Silva, o economista e ex-diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes, e o secretário especial de Desestatização do governo federal, Diogo Mac Cord.
O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, abriu o encontro cobrando desburocratização, desestatização, melhoria na legislação, na infraestrutura, no pacto institucional e no ambiente de negócios. Segundo ele, esses são alguns dos pilares da retomada econômica pós-Covid, que é o objetivo do Programa Travessia. Além disso, Aguiar destacou a participação de todo o Sistema Fiesc no combate à doença.
“Nós tivemos um envolvimento muito grande do nosso Sesi para garantir a saúde das pessoas e criando protocolos. Da mesma forma o Senai teve uma participação muito importante na recuperação de respiradores que estavam com algum problema em hospitais de Santa Catarina. E ajudamos as empresas catarinenses a desenvolverem equipamentos de proteção individual e a produzirem respiradores”, disse.
Para Décio da Silva, da WEG, o futuro demanda uma agenda de reformas puxada, principalmente, pela reforma tributária. Ele defendeu alterações na cobrança de impostos, sem aumento da carga e com desoneração da folha de pagamento – para incentivar a criação de empregos – e também com desoneração de exportações. Para isso, diz, é preciso incluir o ICMS e o ISS na reforma tributária.
Além disso, Décio afirmou que o país precisa de um “agressivo plano de privatização” para o pós-pandemia. Ainda criticou os “salários desproporcionais do funcionalismo público”.
O secretário especial de Desestatização, Diogo Mac Cord, informou que as estatais dependentes do governo federal custam R$ 20 bilhões ao ano. Segundo ele, o Ministério da Economia tem pensado na redução do tamanho da máquina pública para os futuros negócios e também para a estrutura atual.
Diogo também anunciou um plano de alienação de imóveis do governo federal. “A ferramenta tradicional de venda vai contar agora com uma ferramenta bastante interessante, que é um portal eletrônico. Todas as terças e todas as quintas haverá leilão eletrônico de imóveis, partindo do governo para o mercado de uma maneira bem mais transparente”, disse.
Já Eli é mais cético com a reforma tributária. “[A proposta] que está no Congresso não atende a economia brasileira porque ela vai ter dois sistemas paralelos e continua onerando a produção. Eu tenho muitas reservas quanto à reforma tributária que está andando aí”, afirmou.
O secretário de Fazenda defendeu as ações do governo em sanear o Estado a partir de programas de redução de gastos. “Nós estamos nesse processo de saneamento financeiro desde 2018. Veio a pandemia, que atrapalhou um pouco, mas não vai comprometer o saneamento”, afirmou.
O ex-diretor da CNI defendeu a sofisticação da educação, com melhor alcance de formação e qualificação. “Uma das agendas que nós temos é modernizar as nossas universidades, principalmente as universidades públicas. Elas precisam ter outro tipo de incentivo, ter outro tipo de autonomia”, disse.
Além dos participantes, o evento também um exibiu um vídeo do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Na apresentação, Marinho elogiou o Programa Travessia e disse que o governo federal será parceiro da Fiesc.
“A nossa economia já mostra sinais de retomada no Brasil como um todo, mas o papel que Santa Catarina pode e vai exercer, sem dúvida nenhuma é uma importante referência para todo o território nacional, pela pulverização dos negócios, pelas cooperativas, pelos arranjos produtivos, pela diversificação da atividade industrial e de serviços é uma demonstração de vitalidade econômica”, afirmou.