Entenda a fila de espera dos atendimentos pelo SUS de crianças autistas em Brusque

Coordenadora de Saúde Mental afirma que desde o ano passado mais de 500 crianças autistas já foram atendidas

Entenda a fila de espera dos atendimentos pelo SUS de crianças autistas em Brusque

Coordenadora de Saúde Mental afirma que desde o ano passado mais de 500 crianças autistas já foram atendidas

Após a Associação dos Pais, Profissionais e Amigos dos Autistas de Brusque e Região (AMA) passar a atender crianças com autismo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), criou-se uma fila de espera. Segundo a coordenadora de Saúde Mental de Brusque, Inajá Araújo, há 473 crianças na fila de espera e, no momento, estão sendo chamadas as de setembro do ano passado. Os dados estão atualizados até 24 de abril deste ano.

A moradora Samara Cati Leal tem dois filhos autistas, um de 3 anos e outro de 15. Ela conta que o mais novo aguarda atendimento no psicólogo desde setembro do ano passado. “Sei de várias outras mães que também estão nessa fila. Essa espera só traz prejuízo para as crianças”, diz.

Inajá diz houve um aumento exponencial das demandas, pois anteriormente não existia um atendimento público especificamente direcionado ao autista.

Ela explica que as crianças fazem uma avaliação para serem diagnosticadas. Após o diagnóstico, a criança fará o acompanhamento pela AMA.

“Avaliamos todas as crianças que apresentam transtornos. Como não existia o serviço antes, não havia fila. Estamos estudando formas de filtrar a fila de espera e avaliar os pacientes de outra forma para melhorar o processo”, diz.

“Como não existia o serviço antes, não havia fila”

Consultas de autistas

Em relação às consultas relacionadas aos autistas, Inajá conta que há serviços de fonoaudiologia na Policlínica.

Além deles, o Centro de Reabilitação Especializado em Saúde Infantil (Cresi) possui dois psicólogos, cada um com carga horária de 40 horas semanais, um profissional em terapia autoocupacional e um psiquiatra.

O centro atua de três formas: avaliação e diagnóstico interdisciplinares, intervenção interdisciplinar, que envolve terapias, e a supervisão clínica. Segundo Inajá, os profissionais atuam por 30 horas semanais de serviços de terapia autoocupacional e 25 horas de psiquiatria.

“Até um ano atrás isso não existia. O atendimento não era dividido entre crianças e adultos. Atualmente na AMA há 110 crianças encaminhadas para atendimentos”, conta. Ela frisa que, até o momento, mais de 500 crianças já foram atendidas no Cresi em menos de um ano.

Inajá diz que os serviços são realizados em conjunto com o Cresi e o Conselho Tutelar, o que ajuda no cadastramento das crianças.

“Muitas vezes identificamos a necessidade da criança em uma avaliação, repassamos o atendimento, mas os pais não a levam mais para o médico. O tratamento é abandonado”.

“Muitas vezes os pais não a levam mais para o médico. O tratamento é abandonado”

Correção às 14h de 17/05: foi alterada a fala da coordenadora de Saúde Mental de Brusque, Inajá Araújo, em que fala sobre o abandono do tratamento. Na primeira edição, a fala dava a entender que a criança seria abandonada, porém, a coordenadora queria dizer que é o tratamento que é abandonado.


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