João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Fim da Segunda Guerra Mundial

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Fim da Segunda Guerra Mundial

João José Leal

No dia de hoje, há 79 anos, terminava na Europa a Segunda Guerra Mundial, conflito que causou a maior tragédia das muitas vezes sangrenta história da humanidade. Com a capitulação da Alemanha, era enterrado o macabro projeto nazista de construção do império da Grande Germânia ariana. Para o genocida Adolfo Hitler, a Alemanha nazista, haveria de durar por mil anos. Não passou de uma dúzia de anos.

Mesmo que no Japão a guerra ainda continuassem por mais quatro meses, os povos de todo o mundo festejaram a grande vitória do bem, da paz e da fraternidade sobre o mal, a intolerância política e a ideia odiosa de existência de uma raça superior.

Praticando uma política odiosa de guerra de agressão, ocupação territorial sem limites e de supremacia da raça ariana, o Estado nazista conduzido por um paranoico Führer, foi o grande responsável pela hecatombe que resultou no assassinato de milhões de pessoas, na destruição de fábricas, campos agrícolas e cidades inteiras. O plano nazista do mal e da insensatez culminou com o holocausto de seis milhões de judeus, exterminados com base numa política de Estado genocida de destruição total do povo judeu.

Terminada a guerra, o quadro era de uma Europa em escombros e de terra arrasada, com as principais cidades alemãs destruídas. É a ironia perversa da guerra, que se move como bumerangue cruel da destruição e da morte. No começo, foram os nazistas que arrasaram cidades e dizimaram populações de quase todas as nações europeias. Semearam ventos de flagelo, de ódio e sofrimento. Colheram tempestades de fogo e morte vomitadas por pássaros voadores que deixaram a nação alemã na mais completa ruínas.

Muitas imagens, fotos e filmes foram feitos para retratar a terrível paisagem de desolação e tristeza; milhares de textos — romances, artigos e ensaios — foram escritos para descrever o horror da hecatombe; museus foram criados para não deixar a grande tragédia cair no esquecimento dos homens que nem sempre acreditam na história.

Gosto de cinema e muitos filmes tenho visto sobre a grande guerra. Destes, penso que o filme Alemanha Ano Zero, de Rossellini é o retrato mais emblemático do quadro de devastação e ruínas causado pela insensatez humana turbinada pela intolerância e fanatismo político.

Felizmente, não há mal que sempre dure. E quando parecia que o ódio e a vingança seriam o combustível de um implacável ajuste de contas; quando a paz e a concórdia pareciam uma utopia impossível, enfim, quando tudo parecia perdido, eis que vitoriosos e derrotados pensaram nos milhões de mortos, miraram o futuro e decidiram se dar as mãos. E a Europa conciliada se levanta dos escombros da hecatombe para implantar o mais notável plano de reconstrução econômica e política.

Pouco mais de vinte anos depois, fui estudar na França. Nas férias, visitei diversos países da Europa ocidental. Das ruínas da guerra — com o olhar de turista, é claro — já não havia quase mais nada. O que vi foram cidades reconstruídas, prosperidade, paz e bem-estar social.

 

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