Final do Campeonato Municipal de Futebol Amador será realizada neste sábado, 21
Cedrense e Poço Fundo disputam título no estádio Augusto Bauer
Cedrense e Poço Fundo disputam título no estádio Augusto Bauer
Amanhã, a edição 2016 do Campeonato Municipal de Futebol Amador de Brusque terá um ponto final. Depois de cortar praticamente toda a cidade com partidas emocionantes em que as 15 equipes participantes doaram sangue e suor dentro de campo, a taça finalmente conhecerá seu dono. Poço Fundo ou Cedrense. Somente um dos valentes times que chegaram até a grande decisão ostentará mais esse título. A partir das 15h45, as duas equipes duelam no Augusto Bauer para saber se o troféu vai para o bairro Poço Fundo, ou se seu destino será o Dom Joaquim, casa do Sport Club Cedrense.
Semifinalista em 2015, campeão em 2014, finalista em 2013, campeão em 2012. O copeiro Poço Fundo retorna a uma decisão. Desde o início do campeonato, o clube era apontado como favorito ao título pelos reforços que fez e até a repatriação de atletas campeões há dois anos. A máquina azul e branca chegou na grande final depois de uma goleada na penúltima fase e uma campanha com seis vitórias e duas derrotas.
Depois de 14 anos, o Cedrense volta a lutar por uma taça no Amador de Brusque. Em 2002, o time, difícil de ser batido entre os anos 1970 e 1990, faturou seu último título. Desde então o tradicional clube do Dom Joaquim vinha patinando no torneio. Surpreendendo adversários de peso, como Carlos Renaux e o vice-campeão de 2015, Cia do Esporte, o Cedrense chega para desbancar o favorito na grande final. Em sua campanha, venceu cinco jogos e perdeu três.
Time da superação
O desempenho do Sport Club Cedrense surpreendeu a todos, inclusive a própria diretoria. Presidente do clube, Clésio Schwamberger revelou que a montagem do time foi no susto. “Não foi fácil, porque 15 dias antes do campeonato a equipe não estava formada. Mesmo assim, desde 2007, esse é o time mais competitivo do Cedrense”.
A equipe precisou se destacar em uma chave com o campeão do último ano, Santos Dumont, e o competitivo grupo do Caçador. Depois, pegou duas pedreiras na fase mata-mata, mas de maneira aguerrida passou pelos adversários. Além disso, uma notícia que abalou todo o grupo também precisou ser superada. Pouco após o jogo de ida das semifinais, o atleta Jabson sofreu um infarto. A situação se agravou e o jogador foi parar na UTI, em coma durante dias.
O técnico Cláudio lembra que precisou trabalhar o psicológico do grupo. “O clima era de choque. Tínhamos um amigo em uma situação muito delicada. Mesmo assim, isso até serviu de motivação”, diz. Os atletas usaram camisas com a foto de Jabson no jogo de volta da penúltima fase. Para Cláudio, a motivação de pessoas desacreditadas foi o que fez a diferença. “Tem jogador que hoje sai no jornal, mas não teve nem a chance de treinar em outros clubes. Alguns só queriam a oportunidade. Nós demos e eles mostraram competência chegando na final”, diz.
“Tem jogador que hoje sai no jornal, mas não teve nem a chance de treinar em outros clubes. Alguns só queriam a oportunidade. Nós demos e eles mostraram competência chegando na final”, Cláudio, técnico do Sport Club Cedrense
Grupo fechado
Em 2015, a separação de alguns atletas do Poço Fundo não fez bem nem para a equipe, e nem para os jogadores em questão. Campeões pelo time em 2014, um grupo deixou o time para fazer parte de outros elencos, mas não só viram o Poço Fundo cair nas semifinais como também assistiram a conquista do bicampeonato do Santos Dumont com atletas que jogavam juntos há anos.
Nessa edição, contudo, os ‘bons filhos’ retornaram para casa e, segundo o técnico Felipe Bodenmuller, estão fechados na luta por mais esse título. Ressaltando a união do conjunto do Poço Fundo, o comandante acredita que agora, mais do que nunca, vai precisar desse fator fundamental para as conquistas recentes. “Nós temos quatro atletas lesionados e dois suspensos. Temos limitações no elenco, jogamos no limite. O grupo é enxuto, mas é unido e vamos passar por cima de mais essa adversidade”, diz.
Bodenmuller pregou um discurso de respeito contra o adversário. “Acompanhamos as partidas e vimos uma equipe com muita garra e vontade de ganhar. Espero um jogo bom e que será decidido no detalhe”, completa. O técnico aproveitou ainda para enaltecer a competição. “O trabalho foi bem feito. Sabemos que é difícil fazer futebol amador na nossa cidade. Para montar o time é muita luta, mas tudo deu certo”, afirma.
De olho no apito
O árbitro do quadro da CBF Eduardo Cordeiro Guimarães apitará a partida. Ele é conhecido por ter sido o juiz da partida do Carioca entre Vasco e Flamengo, em 2014, o qual, em um lance crucial, o seu auxiliar responsável por cuidar da linha do gol não viu a bola entrar no chute de Douglas.