Trabalhadores protestam contra reformas Trabalhista e Previdenciária
Objetivo da manifestação em Brusque foi explicar como as medidas propostas pelo governo federal vão afetar a população
Objetivo da manifestação em Brusque foi explicar como as medidas propostas pelo governo federal vão afetar a população
O Fórum de Entidades Sindicais de Trabalhadores de Brusque e região realizou na tarde desta quarta-feira, 15, na praça Gilberto Colzani, no Centro, uma manifestação contra as reformas na Previdência e nas leis trabalhistas, que estão em tramitação no Congresso Nacional.
O manifesto em Brusque integrou o movimento de greve geral realizado em todo o país. Integrantes de vários sindicatos brusquenses levaram faixas e cartazes e convocaram a população a participar do movimento que teve como objetivo explicar sobre como as medidas propostas pelo governo federal vão afetar a população, principalmente a trabalhadora.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Vestuário (Sintrivest), Marli Leandro, ressalta que a ideia da manifestação surgiu na semana passada, após um evento de comemoração ao Dia Internacional da Mulher no sindicato. Na ocasião, as trabalhadoras filiadas ao sindicato participaram de uma palestra que falou sobre como as reformas trabalhista e previdenciária podem impactar na vida da mulher.
“As mulheres ficaram muito preocupadas e decidiram fazer alguma coisa. Aí veio a ideia da manifestação. No dia seguinte, entramos em contato com o Fórum Sindical e prontamente todos acataram a ideia, aproveitando o dia de greve geral”, diz.
Marli destaca que Brusque, por ser uma cidade industrial e que tem muito forte todos os setores, não poderia deixar passar em branco essa manifestação. “É um retrocesso para todos, independente de qual setor pertençam. É um retrocesso para aqueles que já estão aposentados também porque o reajuste será desvinculado do salário mínimo”.
A sindicalista afirma também que o que o governo federal está propondo não é uma reforma, mas sim, um corte de direitos, principalmente, dos trabalhadores. “O que o governo quer é destruir a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a seguridade social”.
49 anos de contribuição
O presidente do Fórum Sindical, João Decker, destacou a presença dos 12 sindicatos que integram a entidade e a importância da população se informar sobre as propostas. “O país todo está protestando contra as reformas. Se isso passar, a classe trabalhadora vai ser muito prejudicada. Os jovens de hoje não vão se aposentar”.
Se a proposta de reforma da previdência for aprovada, para conseguir se aposentar com o valor integral, o trabalhador – tanto homem quanto mulher – precisará atingir a idade mínima de 65 anos, com 49 anos de contribuição ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
“Percebemos que as pessoas ainda não perceberam a gravidade dessa reforma para a vida delas e de seus familiares, os principais afetados serão os jovens, as próximas gerações. O governo está com a maioria dos deputados e senadores na mão, e nós não podemos aceitar que isso passe”, diz Marli.
O calendário de votação da proposta já existe e a intenção do presidente Michel Temer é votar até o dia 6 de abril. “Vamos encaminhar um manifesto para todos os deputados federais de Santa Catarina e para os senadores para mostrar nossa insatisfação. Eles precisam nos apoiar”, destaca Decker.
Nesta quarta-feira, o Fórum Sindical realiza uma reunião com os vereadores de Brusque para pedir apoio à causa.