Funcionários da agência de Brusque aderem à greve nacional dos Correios
Eles protestam por melhores condições de trabalho e contra a falta de transparência da empresa
Eles protestam por melhores condições de trabalho e contra a falta de transparência da empresa
Os trabalhadores dos Correios entraram em greve nesta quarta-feira, 26, às 22h, em todo o país. Na região, os atendentes das agências de Brusque e de Guabiruba também aderiram ao movimento, além de quatro carteiros, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina (Sintect-SC).
Segundo o sindicato da categoria, todos os seis atendentes da agência da avenida Lauro Müller, Centro 2, cruzaram os braços. Em Guabiruba, os três funcionários também pararam.
Ainda de acordo com o Sintect-SC, no caso de Brusque, um gerente e um tesoureiro atenderam o público para que a agência não fosse fechada ontem. No município vizinho, o gerente também foi para o atendimento para conseguir manter o estabelecimento aberto.
Gilson dos Santos aderiu ao movimento. Ele reclama das condições de trabalho, assim como o sindicato, da falta de transparência dos Correios sobre o quanto arrecadam e qual é o custo, para saber se, de fato, existe o prejuízo alegado pelo governo.
As agências dos Correios nos bairros são franqueadas, ou seja, os trabalhadores são contratados por empresas terceirizadas. Portanto, eles não participam do movimento, que tem abrangência em 23 estados do país.
Robson Paladini, dirigente do Sintect-SC no Vale do Itajaí, diz que a pauta de reivindicações da greve é composta por vários itens, mas um dos principais é a condição de trabalho. Os trabalhadores reclamam da redução no quadro de empregados e de sobrecarga de serviço.
“Em Brusque, tem um déficit de 10 carteiros, por isso não conseguimos entregar as correspondências a tempo”, diz o sindicalista. O último concurso para os Correios foi realizado em 2011, e desde então foi colocado em prática um Plano de Demissão Voluntária, que resultou no enxugamento da estatal.
“É um plano do governo federal para precarizar o serviço público, jogar contra a opinião pública e privatizar”, diz Paladini. Ele também afirma que os Correios suspenderam as férias de todos os funcionários entre maio deste ano e abril do ano que vem, algo que também é motivo de reclamação.
O Sintect-SC também protesta contra o fechamento de 200 agências pelo país, o sistema de Entrega Alternada em várias cidades, dentre elas Brusque, e a forma de cobrança do plano de saúde dos servidores.
Ontem, os grevistas de Brusque andaram pelo Centro e entregaram panfletos à população com as informações sobre o movimento. Pela manhã, com apenas duas pessoas atendendo, formaram-se filas na agência do Centro.
Empresa se manifesta
Por meio da assessoria de imprensa, os Correios se manifestaram. “Uma paralisação dos empregados neste momento delicado pelo qual passa a empresa é um ato de irresponsabilidade, uma vez que a direção está e sempre esteve aberta ao diálogo com as representações dos trabalhadores. No entanto, os Correios irão adotar todas as medidas necessárias para garantir a continuidade de todos os serviços”.
A empresa foi questionada sobre os atrasos nas correspondências, mas não comentou o assunto. Até o fechamento desta reportagem, também não informou qual é a adesão do movimento no estado.