Funcionários do HEM entrarão em greve a partir de terça-feira, 17
A mobilização foi decidida, por unanimidade, na tarde desta sexta-feira, 17, na sede Sintrivest
A mobilização foi decidida, por unanimidade, na tarde desta sexta-feira, 17, na sede Sintrivest
Os funcionários do Hospital e Maternidade de Brusque (HEM) entrarão em greve a partir das 7 horas da terça-feira, 21. A mobilização foi decidida, por unanimidade, na tarde desta sexta-feira, 17, na sede do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário de Brusque (Sintrivest), que reuniu cerca de 60 colaboradores da unidade hospitalar.
A assembleia definiu que os funcionários não entrarão para trabalhar no HEM, porém, farão registro na folha ponto, e em caso de emergência ou retirada de laudos de raio-x atenderão os pacientes. A principal reinvindicação é por conta dos atrasos dos salários. Atualmente, segundo o presidente do sindicato da categoria, Ingo Ehlert, faltam ser pagos 50% do salário de dezembro, 60% do de janeiro, o pagamento de fevereiro e todo o 13º salário.
Na visão de Ehlert, a assembleia teve o resultado desejado. “Tivemos a presença massiva dos colaboradores e ninguém se opôs à greve. Claro que a situação é complexa e o que mais nos preocupa é que pode ser por tempo indeterminado” avalia.
Na manhã desta sexta-feira, o presidente da categoria esteve reunido com a direção do hospital, que disse não ter proposta e nem dinheiro para saldar as dívidas. “Essa não é uma resposta que se espera, porque os trabalhadores trabalharam e precisam receber”, diz Ehlert.
Insatisfação
Para o presidente, a greve é uma forma de pressão, de exigir os direitos e mostrar que o trabalhador está insatisfeito. “Essa insatisfação poderá levar a direção do hospital a repensar sua condição de sócios, suas responsabilidades com os trabalhadores e fazê-los apresentar uma proposta digna e não passar por mais um vexame como passaram até agora”.
O farmacêutico Roniere Ferreira, que trabalha no HEM há três anos, é um dos coordenadores do movimento. Ele acredita que a greve pode gerar uma mobilização dos grupos interessados pelo hospital – a comunidade evangélica e o grupo Aliança – , para que façam um acordo e sanem este problema.
Ferreira diz que a situação se agravou pelas más administrações, projetos inadequados e investimentos errados. Conforme informações dos corredores do hospital, hoje a dívida do HEM é de R$ 33 milhões.
Uilma Lima Mendes, 29, recepcionista, afirma que a greve será benéfica, já que estão trabalhando sem receber e a direção se mostra indiferente a este cenário. “Recorremos, pedimos demissão e esclarecimento e eles não estão nem aí pra gente”, desabafa.
Atualmente somente alguns procedimentos pequenos são realizados no HEM. De 15 cirurgias que eram realizadas por dia, hoje apenas cinco são feitas por semana. Não há nenhuma pessoa internada há pelo menos dois meses.