Funcionários fazem campana em frente a WR Pré-moldados
Cerca de 60 trabalhadores foram surpreendidos ao encontrarem os portões da empresa fechados, ao chegarem para trabalhar
Cerca de 60 trabalhadores foram surpreendidos ao encontrarem os portões da empresa fechados, ao chegarem para trabalhar
Os funcionários da WR Pré-moldados, no bairro Indaiá, em Nova Trento, ainda buscam respostas para o fechamento inesperado da empresa. Na segunda-feira, 28, quando os cerca de 60 empregados chegaram para trabalhar, encontraram os portões fechados e, ao entrar no local, perceberam que parte do maquinário havia sido retirado.
Desde então, alguns funcionários da empresa se revezam e ficam em frente a empresa. Eles temem que os proprietários voltem e retirem o restante das máquinas. O assessor jurídico do Sintricomb, sindicato laboral da construção e do mobiliário, Walter Deirith, relata que alguns caseiros que moram no pátio da empresa informaram que há dois meses os maquinários têm sido retirados aos poucos do local.
Nos portões da empresa, os trabalhadores colocaram barreiras para impedir a entrada ou saída de veículos do local. Algumas janelas da empresa ficaram abertas. A guarita foi invadida e alguns documentos foram revirados.
Sindicato age
Segundo Otaviano, na sexta-feira, 25, desconfiando de que algo poderia acontecer, fizeram uma reunião com a assessoria jurídica da empresa e com os empregadores. “A informação que tivemos é que a empresa diminuiria o quadro de funcionários, mas não fecharia”, conta.
Deirith diz que já recolheram toda a documentação necessária para fazer o ajuizamento da ação para uma cautelar de arresto, ou seja, pedindo apreensão judicial dos bens do devedor. “Tentamos liminares para várias coisas, uma delas é que seja frustrada a venda e o deslocamento de bens e valores em contas bancárias, inclusive dos sócios das quatro empresas que compunham o grupo econômico da WR”, diz.
A intenção é que com os bens da empresa, os funcionários sejam pagos proporcionalmente. “Estamos em três advogados, eu, a Fabrícia Meirelles e a Rosana Letzov, responsáveis por atender os funcionários e tentando resolver esse problema. Todos os atos que cabiam a ser feito pelo sindicato, foram feitos”, explica Deirith.
“Maquinário será vendido”
O responsável pelo marketing, Maicon, diz que boa parte dos funcionários sabia que isso aconteceria. “Muitos empresários devem para a WR. São mais de R$ 6 milhões de clientes devedores. Com isso, a empresa não teve como continuar funcionando”, diz. Ele ressalta que o maquinário da empresa deverá ser vendido para o pagamento da rescisão dos funcionários. “A empresa sempre ajudou os funcionários e não seria agora que trapacearia”, afirma.
Porém, o presidente Otaviano diz que o sindicato desconhece essa informação de que os funcionários estavam cientes do fechamento da empresa. “Até mesmo porque fizemos a reunião com os funcionários e eles acreditaram no que foi falado a eles”, comenta.
Deirith salienta que as únicas rescisões feitas pela empresa foram de funcionários com algum laço familiar. “Eram companheiras dos donos ou irmãos. Eles pagaram tudo certo a eles, logicamente, eles deveriam saber do que aconteceria também”, diz o assessor jurídico.
O presidente do Sintricomb acrescenta que até mesmo a assessoria jurídica da própria empresa foi pega de surpresa com a notícia do fechamento. “Fizemos a reunião na sexta-feira e havia ficado tudo acertado. Não entendemos o que aconteceu. A empresa simplesmente abandonou os funcionários”, lamenta.
Otaviano diz que alguns funcionários da empresa obtiveram a informação de que as máquinas foram levadas para a cidade de Fazenda Rio Grande, no Paraná. “Parece que um dos sócios da empresa tem negócios nesta cidade. Mas não é nada oficial”, diz. O funcionário da empresa, Maicon, nega que as máquinas tenham ido para aquele estado. “Essa notícia é falsa. As máquinas serão vendidas para o acerto”, frisa.
O Município Dia a Dia tentou entrar em contato com um dos sócios da empresa por telefone e via WhatsApp, mas até o momento não obteve nenhuma resposta.