Futebol e política andam lado a lado; o Brusque é exemplo claro e próximo
Existe o mantra repetido por ingênuos e/ou desonestos que diz que futebol e política não se misturam. Bobagem. O esporte pode ser usado como propaganda de regime (como foi na ditadura militar), ou como ferramenta de conscientização política, por justiça, igualdade. Esporte é, também, política. Em Brusque e no Brusque, futebol e política andam lado a lado.
Vários jogadores e ex-jogadores do clube, além de setores da torcida, fizeram campanha para os candidatos Rezini, que são membros da diretoria. Houve diversas citações à gestão do Brusque como currículo ao eleitor, a propaganda esteve nas redes sociais do clube também. O Brusque foi utilizado amplamente, e aqui não faço juízo de valor. É apenas um fato, não cabe discussão. E outros, sem ter nada a ver com o clube hoje, fizeram o mesmo. O registro era necessário. Ponto.
Casos & casos
O presidente do Manaus, Luis Mitoso, foi eleito vereador na capital amazonense, e utilizou o clube na campanha. O Manaus e a torcida não participaram, ao menos de forma tão clara e manifesta. A Chapecoense, por sua vez, emitiu comunicado em 9 de novembro, afirmando que “não possui qualquer vinculação política e ideológica, não autorizando qualquer candidato a cargo eletivo usar de sua marca ou razão social para fins político-partidários”.
Dentro de campo
É necessária a colher de chá ao Brusque no jogo contra o Londrina, dados todos os desfalques importantes que o time teve. A liderança segue intacta e isolada. Mas destaca-se que o Marreco não vence há quatro jogos. É a maior série sem vitórias do ano. O time precisa reencontrar o futebol (ou parte dele) que encantou torcida e amedrontou adversários há alguns meses. Antes que seja tarde demais. A campanha de returno é de luta contra o rebaixamento, meio de tabela, no máximo. Se o objetivo é acesso à Série B, é claro que o sarrafo sobe.
Dos arquivos
A capa de O Município (ainda Dia a Dia) de 23 de abril de 2004 anuncia o “clássico”. Depois de um ano sem futebol profissional na cidade (o Brusque se licenciou em 2003), Brusque e Carlos Renaux estreariam na Série B1 (atual C) do Catarinense. O mando, ao contrário do que a capa indicava, era do quadricolor. A partida terminaria em 1 a 0 para os caçulas, que seriam vice-campeões após 38 jogos.