Gás de cozinha aumenta mais de R$ 30 em Brusque em 2021; confira os preços atualizados
Saiba como os reajustes da Petrobras afetam no valor repassado pelas revendedoras do município
Saiba como os reajustes da Petrobras afetam no valor repassado pelas revendedoras do município
Os constantes reajustes no valor do gás de cozinha afetam as revendedoras de Brusque, que registraram um aumento de mais de R$ 30 de janeiro a outubro de 2021. A média de reajustes ficou entre 5% a 7% durante o ano.
No dia 8 de outubro, a Petrobras anunciou o último reajuste do preço do gás de cozinha para suas distribuidoras. O quilo do GLP passou de R$ 3,60 para R$ 3,86, um reajuste médio de R$ 0,26 por quilo.
De acordo com o conferente da Rescaroli Gás, Silvio Muniz da Silva Neto, o aumento mensal gera uma diminuição nas vendas, mas a partir do momento que os clientes percebem que o reajuste é geral, a venda retorna ao normal.
“Todo mundo precisa de gás, e mesmo com o reajuste é algo que não tem o que fazer. Na maioria das vezes passamos o valor um pouco a menos do reajuste, era para estar ainda uns R$ 3 mais caro”, comenta Silvio. Na revendedora, localizada no bairro Águas Claras, o gás de cozinha custa R$ 115 na retirada e R$ 120 para entregar.
Para a administradora do Gás Erenita Gohr, Silvana Gohr, o reajuste mensal gerou uma diminuição nas vendas e as pessoas começaram a utilizar outros meios de energia.
“Muitos estão passando para o fogão a lenha, outros fogão de indução elétrico, chaleira elétrica. Quem pode economizar de outras formas está fazendo, então automaticamente há uma queda”, destaca.
Ela explica que como o gás segue os reajustes do petróleo, automaticamente aumenta o combustível e o gás de cozinha. “Esse reajuste aumenta o frete, que aumenta o preço dos alimentos. Toda a cadeia acaba afetada, principalmente porque nosso sistema é praticamente rodoviário”, detalha.
A explicação da Petrobras para o aumento, em nota oficial, é o fortalecimento do dólar em nível internacional e também a relação “oferta e demanda”, uma vez que o petróleo encontra um momento de alta procura e oferta limitada.
Segundo Silvana, a empresa localizada no bairro Dom Joaquim, paga o frete e isso também acarreta no aumento do custo do botijão. Já que, além do combustível, os gastos do caminhão também incidem no valor final, que custa R$ 116, e parar entregar fica por R$ 129. Em janeiro, o gás de cozinha custava R$ 85, uma diferença de R$ 31 no valor em dez meses.
Ela ressalta que o preço aumenta tanto comparado com o estipulado pela Petrobras pois são muitos intermediários até chegar no consumidor. Tudo isso sem contar as liberações e taxas que precisam estar liberadas para fazer o frete.
“Não é qualquer pessoa que pode transportar. Tem periculosidade, é inflamável e possui toda uma burocracia que vai agregando valor ao produto final adquirido pelo consumidor”, relata.
Silvana comenta que há diversas taxas e gastos com licença ambiental que precisam ser emitidas anualmente além dos alvarás e licenças da Prefeitura, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil. Somente do Ibama, a empresa precisa pagar trimestralmente uma taxa de quase R$ 600 para manter a licença.
Além disso, os funcionários precisam fazem cursos de segurança específicos para o produto, que custam R$ 120 a mais anualmente.
Ela destaca que outro problema que acaba afetando no aumento do valor são as políticas das distribuidoras de gás do país. “Meu fornecedor é “x”. Se quiser comprar um gás mais barato de outra empresa para beneficiar meu cliente, não consigo”, conta.
A administradora informa que nestes casos, as distribuidoras já fazem contratos e vinculam as revendedoras, o que diminui a livre concorrência do mercado. “No fim, os revendedores ficam reféns das distribuidoras”, lamenta.
De acordo com o proprietário da Schmitz Gás, Vanildo Schmitz, além de todos os reajustes, o problema maior são os custos com a entrega.
“O GNV era nossa economia, mas já estamos pagando R$ 4,29 o cúbico. Em uma entrega com ida e volta já se gasta quase R$ 9. Além disso, tem a gasolina que consome para ligar”, detalha.
Na empresa, localizada no Rio Branco, o gás de cozinha custa R$ 115 na retirada e R$ 125 para entregar. Em janeiro deste ano, o valor era R$ 83 e a com a entrega saía por R$ 93. Isso registra a diferença de R$ 32 no preço em menos de um ano.
Ele destaca que a cada dois dias gasta em média R$ 30 de gasolina para ligar e em seguida ir para o GNV. “Hoje estou fazendo o trabalhado de entregador. Preciso funcionários que sejam de confiança. Porém, não ainda consegui e o custo para manter a entrega está cada vez mais alto”, conta.
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