Homem baleado por policial em Brusque apresenta outra versão sobre ocorrência que gerou investigação de PMs

Inquérito civil foi aberto pelo Ministério Público de Santa Catarina para investigar se houve excesso durante a abordagem

Homem baleado por policial em Brusque apresenta outra versão sobre ocorrência que gerou investigação de PMs

Inquérito civil foi aberto pelo Ministério Público de Santa Catarina para investigar se houve excesso durante a abordagem

Policiais de Brusque respondem a dois inquéritos por “suposta conduta irregular” em ocorrência de perturbação de sossego em janeiro deste ano no bairro Santa Terezinha, em Brusque, que culminou em um homem ferido por tiro de bala de borracha.

Um dos inquéritos é civil, instaurado pela 6ª Promotoria do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) em setembro, e outro é um IPM (Inquérito Policial Militar), que corre na Justiça Militar. A versão da Polícia Militar de Brusque sobre a ocorrência que resultou na investigação dos policiais é diferente do depoimento das pessoas envolvidas.

Ao todo, quatro policiais são investigados, sendo apenas dois deles no inquérito civil. Segundo o irmão dos homens envolvidos na ocorrência, quando os policiais chegaram na residência após denúncia de vizinhos, a festa de família já havia se encerrado e um dos indivíduos estava embriagado, gerando discussão com os policiais.

Após isso, os PMs saíram e foram buscar reforços. O comandante do 18° Batalhão de Polícia Militar (18° BPM) de Brusque, tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, disse que o homem chegou a atingir a viatura da PM. No entanto, o irmão dele nega que isso tenha acontecido propositalmente.

“Em nenhum momento ele (o irmão, que estava embriagado) bateu na viatura. Existem provas que não há nenhum dano na viatura. O que eles alegam, que ele bateu na viatura, é mentira. Ele estava tão bêbado que acabou caindo em cima da viatura, mas não houve nenhum tipo de dano”, afirma.

Após a viatura policial deixar o local para buscar reforços, o homem entrou em casa para descansar. Quando retornaram, desta vez, com mais dois policiais auxiliando na ocorrência, foram atendidos pela esposa do homem, que solicitou que eles retornassem ao local no outro dia, pois na residência haviam crianças e o homem que estava embriagado tinha ido dormir.

Ele conta ainda que os PMs não deram ouvidos ao pedido da mulher e, mesmo assim, entraram na residência, pegaram o homem e o puxaram para fora, jogando ele sobre a viatura e agredindo-o, conforme relata. Com o barulho, outro irmão deste homem, que mora em frente à residência dele, questionou os policiais sobre o motivo de estarem agredindo o irmão.

“Ele não xingou os policiais. Ele falou alto, de dentro da casa, mas direcionado a ação, da seguinte forma: ‘que covardia, porque estão batendo no meu irmão?’. Foi toda direcionada a ação policial. Não houve xingamento”, disse.

Quando ele saiu de casa para ver o que estava acontecendo, afirmou que os policiais foram hostis, pedindo para ele sair do local. Quando o irmão virou de costas, teria recebido o primeiro disparo, enquanto o outro policial mirou a arma nele. Quando abriu a porta de casa e se virou, recebeu o tiro no rosto. Ao todo, foram quatro disparos de bala de borracha.

“Um dos projéteis adentrou a residência. Eles não tinham nada a ver com a ocorrência. Tinha uma mulher idosa e mais duas crianças [dentro de casa]. Quando eles acordaram, um dos projéteis quase acertou uma criança, pois o policial atirou de fora para dentro, ele não atirou na rua. O rapaz estava quase dentro de casa quando levou o tiro no rosto. A outra bala entrou para dentro de casa”, diz. Por fim, a família do homem baleado afirma que os policiais não prestaram socorro.

Versão da PM

A Polícia Militar já deu sua versão sobre o caso. Em entrevista, o comandante Otávio Ferreira Filho não negou a possibilidade de excesso por parte dos policiais e afirma que é necessário aguardar o parecer da Justiça pela absolvição ou condenação dos PMs.

“Podem os policiais terem cometido excesso [durante a abordagem]? Jamais diria que não. Cabe à Justiça agora melhor avaliar e tomar a decisão final. Mas nada disso teria ocorrido se as pessoas que estavam ali tivessem respeitado os policiais. Não podemos agora, no meu ponto de vista, inverter os valores. É fundamental a autoridade, seja ela quem for, como for ou aonde for, ser respeitada”, pontuou.

Confira a versão completa da PM de Brusque sobre o caso.


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