Goleada do Brusque quebra escritas e dá a confiança que havia se perdido
Quadricolor não muda de vida por conta de uma grande vitória, mas pode iniciar uma boa sequência em ares renovados
Quadricolor não muda de vida por conta de uma grande vitória, mas pode iniciar uma boa sequência em ares renovados
A vitória do Brusque sobre o Concórdia dá confiança à comissão técnica, ao elenco, à torcida e, provavelmente, também à diretoria da SAF. Quebrar a invencibilidade do Galo d’Oeste em casa e encerrar o imenso jejum de vitórias como visitante com uma atuação dominante são feitos que eram necessários para melhorar o clima, indiferente das condições do adversário. Os quatro gols também aliviam a conta do ataque quadricolor.
Após a abertura do placar pelos donos da casa, todo tipo de mau pensamento passava pela cabeça dos mais pessimistas (eu incluso). Mas lá foi o quadricolor buscar a virada, sem demora, com dois pênaltis incontestáveis ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, Guilherme Pira foi letal, contando com as assistências de Pollero e Robinho no lado direito. Aliás, Pollero retomou a titularidade após atuações apagadas de Robson Luiz e respondeu com um passe para gol.
Uma obviedade a seguir, mas talvez valha lembrar: apesar de ser uma vitória excelente, os 4 a 1 sobre o Concórdia não definem nada no futuro, não transformam o Brusque em um super-time e nem em favorito a troféu algum. Assim como ter vencido Criciúma e Avaí fora de casa no Catarinense 2024 não significaram grandes coisas para o desfecho do campeonato e da temporada.
É necessário dar sequência ao trabalho com bons resultados. E o jogo contra o Trem-AP, pela Copa do Brasil, é fundamental. Agora o Brusque precisa mostrar que cresceu no momento certo. É vencer em Macapá, vencer em casa o Hercílio Luz, e ir com tudo para as quartas de final do Catarinense em jogo único, superando as dificuldades.
A missão de vencer os próximos dois jogos é dificultada pela logística. Pode parecer mera desculpa para alguns, mas viagens desgastam física e mentalmente. E vão desgastar ainda mais para a partida contra o Trem-AP, às 20h30 desta quarta-feira, 19, no Zerão.
Após a goleada sobre o Concórdia, o Brusque chegou em Chapecó por volta da meia-noite. O voo de Chapecó a Guarulhos esteve marcado às 6h30 desta segunda-feira. O time treinou à tarde no CT da base do Palmeiras e pegou voo para Belém perto das 21h.
Nesta terça-feira, 18, por volta das 2h30, embarcou no avião em Belém rumo a Macapá, chegando à capital amapaense aproximadamente às 4h.
Foram duas noites de sono picotadas em avião e aeroporto até a chegada a Macapá, para enfrentar um Trem que, há semanas, só treina. Ainda assim, qualquer coisa que não seja uma vitória será um péssimo resultado, pela enorme diferença de elenco e patamar entre os clubes no futebol nacional.
Na coletiva após Concórdia 1×4 Brusque, perguntei a Filipe Gouveia se ele pretendia utilizar esquemas com dois zagueiros com mais frequência. O treinador já havia dito no início do campeonato que não gosta de jogar com três zagueiros, mas que o fazia mesmo assim porque o time se sentia mais à vontade. É uma forma de dar solidez defensiva a um time sem o tempo necessário para treinar a defesa. E foi o caso do português, que chegou sem fazer pré-temporada.
A resposta de Gouveia foi boa, dizendo que sim, pretende deixar os três zagueiros de lado em breve. Mas com um complemento esquisito: “com mais tempo para treinar, e se eu ainda estiver aqui, vamos jogar com dois zagueiros.”
Sem mais informações, começo tratando apenas como um recurso retórico. Talvez valha perguntar numa próxima oportunidade. Pelo trabalho que tem feito, acho que não há motivos que o tirem do Brusque, não contra sua vontade.
Até Concórdia 1×4 Brusque, neste domingo, 16, o quadricolor:
Bar da Toca, no subsolo de restaurante, foi curioso point em Brusque no século 20: