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Greve dos Correios atrasa entregas e recebimento de produtos em empresas de Brusque

Até semana passada cerca de 70% dos trabalhadores estavam em greve

Greve dos Correios atrasa entregas e recebimento de produtos em empresas de Brusque

Até semana passada cerca de 70% dos trabalhadores estavam em greve

A greve dos Correios, iniciada no fim de agosto em todo o país para reivindicar melhores condições de trabalho, tem afetado algumas empresas de Brusque que trabalham com o serviço de entrega.

Até semana passada, a greve atingia 70% dos trabalhadores do Centro de Distribuição da empresa, que conta com 40 trabalhadores. Durante a greve, a prioridade dos Correios em Brusque é para a entrega de encomendas via Sedex. Cartas e outros tipos de encomendas ficam em segundo plano.

Henrica Eloise Bertolini, proprietária da Nudh Cosméticos, conta que a loja faz entregas para todo o Brasil por meio do serviço dos Correios. Entregas que geralmente levavam três dias, agora levam sete.

Quando o cliente faz a compra no site, é indicado o prazo normal, porém a equipe tem entrado em contato com as clientes para comunicar o atraso.

A proprietária da loja avalia que os clientes têm aceitado bem, mas que alguns podem desistir dependendo da urgência para receber a compra.

Além do envio, ela também tem enfrentado problemas para receber os produtos comprados dos Estados Unidos e de Portugal. As encomendas demoravam aproximadamente 60 dias para ser entregues, mas estão paradas no Brasil há quase quatro meses.

A empresa envia produtos para Brasília, Paraná e São Paulo, além de Santa Catarina. Para a entrega, está priorizando o Sedex, para chegar dentro do prazo.

Apesar da dificuldade enfrentada, Henrica diz não se incomodar. “Por mais que a gente esteja sofrendo, estamos apoiando totalmente a causa”.

A proprietária da Maria Carolina Clothing, Tuani Gelatti, relata que algumas clientes receberam a encomenda dentro do prazo, mas outras demoraram mais de dez dias para receber, sendo que o prazo era de três dias.

Devido à greve, ela encontrou um serviço prático de envio por meio de transportadora. “Eu posso assegurar que a mercadoria vai chegar para a cliente e ela não vai precisar se frustrar”.

Como em algumas cidades o serviço continua, ela ainda tem ofertado a entrega por meio dos Correios e para os clientes que optam por essa forma ela avisa que pode demorar mais por causa da greve.

O proprietário da MXD Conceito, Rafael Pereira, diz que houve uma diminuição nas vendas neste período. Ele acredita que pode estar associado à greve dos Correios, já que muitos clientes têm entrado em contato para conversar sobre o produto e acabam dizendo que vão esperar a greve terminar para efetuar a compra.

Essa situação tem ocorrido no Mercado Livre. Pereira conta que a própria plataforma abre reclamações com os Correios pelo atraso na entrega. Somente nesta terça-feira, 1º, mais de dez reclamações foram registradas.

O proprietário da loja diz que até o momento, apesar do atraso, não teve nenhum tipo de problema porque os clientes estão sendo compreensivos.

Além disso, como a empresa vende por diversas plataformas, tanto própria quanto em marketplace, muitas das encomendas são entregues por transportadora.

Quais são os diretos do consumidor em meio à greve dos Correios?

Mesmo em meio à greve dos Correios, o consumidor continua tendo seus direitos. De acordo com o Procon de Brusque, quando o serviço de entrega dos Correios for contratado, e não for prestado, o cliente tem direito ao ressarcimento ou abatimento do valor pago.

Caso haja qualquer outro dano, deve buscar junto ao poder Judiciário o que entender de direito.

É preciso tomar cuidado. Não receber fatura, boleto bancário ou qualquer outra cobrança não isenta o consumidor de efetuar o pagamento. Caso não receba os boletos por conta da greve, o consumidor deve entrar em contato com a empresa credora antes do vencimento, e solicitar outra opção de pagamento.

As empresas que enviam cobrança por correspondência postal são obrigadas a oferecer outra forma de pagamento que seja viável ao consumidor, como internet, sede da empresa ou depósito bancário, entre outras. Essas alternativas devem ser divulgadas amplamente, de forma clara, afirma o Procon.

Caso o consumidor solicite outro meio para pagar a conta e não seja atendido, poderá registrar sua reclamação no órgão de defesa do consumidor da sua cidade, sempre informando o número de protocolo dos contatos realizados com o credor.

É de responsabilidade das empresas encontrar outra forma para que os produtos sejam entregues no prazo contratado. Não sendo cumprido o prazo, pode o consumidor cancelar a compra e ser ressarcido dos valores.

O Procon também alerta que reclamações de produtos que não estão sendo entregues pelos Correios devem ser feitos junto ao fornecedo\r do produto.

Além disso, reforça que os consumidores não podem retirar produtos que estão paralisados para entrega, sendo impossível procurar encomendas de todos que buscam os Correios.

A recomendação é que o consumidor evite comprar produtos na internet com entrega efetuada pelos Correios neste período de greve.

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