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Grupo pratica observação de pássaros, que visa valorizar aves da região

Atividade, chamada de birdwatching, reuniu adeptos na RPPN Chácara Edith em janeiro

Curiosidade em relação à fauna da região e disposição para permanecer por mais de quatro horas no meio da mata são itens indispensáveis para quem pretende praticar a birdwatching – atividade de observar pássaros também conhecida como ‘passarinhar’.

Em janeiro deste ano, um grupo formado por moradores de Brusque e de Guabiruba realizou a atividade na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Chácara Edith. Responsável pela ação, o biólogo Diego de Souza afirma que a observação de aves visa valorizar e conhecer as espécies da região, além de mostrar a importância dos animais para o meio ambiente.

Foto: Divulgação

“É uma atividade considerada como educação ambiental, a gente caminha com o pessoal sobre as trilhas e vai dando informações educativas, nesse caso mais focadas nas aves. Nós tentamos identificar as aves e mostramos para os participantes as funções ecológicas delas no meio ambiente”, explica.

A importância de ressaltar a função ecológica das aves para o meio ambiente, segundo o biólogo, está atrelada à conscientização em relação ao tráfico ilegal. Souza afirma que é comum a criação de pássaros em gaiolas na região, sobretudo pela questão cultural.

“Ver pássaros presos em gaiolas foi um dos motivos que comecei a trabalhar com aves. Desde criança eu convivi com isso de prender os pássaros. Os meus vizinhos tinham muitas aves presas. Eu fui analisando isso e vendo que não era legal. Mas geralmente eles não faziam por maldade. É uma cultura que eles cultivaram de geração em geração”, afirma.

O canto dos pássaros e a diversidade de cores e espécies, para o biólogo, são os principais motivos que levam as pessoas a manterem os animais aprisionados. Por isso, ele incentiva os moradores da região a participarem de uma birdwatching.

“Com a atividade de observação de pássaros, os moradores podem perceber que é possível admirar as aves sem prendê-las em gaiolas. Elas estão por todos os lados. Então podem ser admiradas sem estarem em uma gaiola”.

A atividade realizada por Souza em janeiro ocorreu por meio da agência de Puma Ecoturismo & Aventura, de Guabiruba. De acordo com o biólogo, o grupo que participou da birdwatching era formado tanto por estudantes de biologia e biólogo formados quanto por pessoas que apenas gostam de pássaros.

Embora a primeira atividade tenha ocorrido na RPPN Chácara Edith, o foco de Souza é levar os próximos grupos para percorrer o Parque Nacional da Serra do Itajaí. Ele planeja realizar observações em grupo durante todo o ano, no entanto, ainda não há data definida para a próxima ação.

A próxima atividade de observação de pássaros será no dia 23 de abril. Mais informações pelo telefone 9222-3916.

Foto: Divulgação

A atividade

Para realizar a atividade, Souza recomenda a utilização de roupas cinzas ou verdes de manga comprida. Segundo ele, as aves têm olhar aguçado para cores chamativas e, por isso, podem se assustar. Também é recomendável utilizar binóculos durante a birdwatching. O instrumento facilita a visualização dos animais.

“É necessário levar. Serve para auxiliar porque a ave é muito rápida e às vezes está fora de alcance”, explica. “Às vezes não conseguimos ver alguma aves, mas escutamos a vocalização e com isso conseguimos colocá-las na nossa lista”, completa.

O biólogo diz que, ao fim da atividade, ele elabora um catálogo com todas as espécies encontradas durante o percurso. Posteriormente envia a lista por e-mail para todos os participares. Em Brusque e na região, os tangarás saltadores, os bicos de fogo, os coleiros, os papas bananas e os sabiás são as espécies mais comuns encontradas durante a birdwatching.