Guaba Bowl: evento reúne fãs de futebol americano para assistir ao Super Bowl em Guabiruba
Celebração ocorre desde 2005 e é considerada uma das mais longevas do Brasil quando se fala no esporte
Celebração ocorre desde 2005 e é considerada uma das mais longevas do Brasil quando se fala no esporte
O Super Bowl LIX, que será realizado em New Orleans, nos Estados Unidos, no dia 9 de fevereiro, já está movimentando os integrantes do Guaba Bowl, um grupo de amigos de Guabiruba apaixonados por futebol americano, que se reúne há 20 anos.
O grupo transformou a paixão pelo esporte em um evento especial e cheio de tradições. Neste ano, a partida será disputada por Kansas City Chiefs, atual campeão, e Philadelphia Eagles.
Criado em 2005 pelo guabirubense Júlio Schumacher, o Guaba Bowl consolidou-se como uma celebração. A reunião anual para assistir ao Super Bowl é preparada com dedicação: copos comemorativos, camisetas temáticas, tendas, telão e até mesmo um churrasqueiro.
“É uma festa a céu aberto. Começa com a criação de uma logo, que estampa copos e camisetas. Este ano, teremos um copo comemorativo com todas as logos anteriores”, explica Júlio.
O evento, que começou com apenas oito participantes, tornou-se maior, mas permanece com vagas limitadas, pois ainda acontece na casa da mãe de Júlio. Segundo ele, essa limitação garante que o clima de proximidade e amizade seja mantido. “Quando alguém não pode vir, abro o convite para outros amigos”, conta.
Além da transmissão da partida, o Guaba Bowl oferece atividades como torneios de pôquer de brincadeira e outros jogos, aproveitando a estrutura da casa, que inclui piscina e espaços ao ar livre.
A ideia de Júlio era simples: assistir ao Super Bowl com amigos, algo que antes fazia sozinho ou com primos. Ele relembra: “entrei para o Brusque Admirals (primeiro time de futebol americano de Brusque) aos 16 anos e comecei a convidar amigos que também gostavam do esporte”.
Rafael Maia, amigo de Júlio é um dos fundadores do Brusque Admirals, é um participante fiel do Guaba Bowl desde o início. Ele destaca como o evento cresceu de forma natural, ganhando relevância entre os entusiastas do futebol americano na região.
“Começou com garotos de Brusque e Guabiruba, mas depois vieram pessoas de Florianópolis, São Paulo, Brasília e outras cidades, muitas delas conhecidas de fóruns online sobre o esporte”, comenta.
Nos primeiros anos, os custos do evento eram divididos de maneira informal entre os participantes. Hoje, o Guaba Bowl é organizado de forma quase profissional. A programação começa por volta das 13h e se estende até o final do jogo, que costuma acabar no início da madrugada.
Andre Luiz Petermann, conhecido como Buda, participou da primeira edição e relembra do início de tudo. “Eu fui ao primeiro Guaba Bowl, quando quase todo mundo era menor de idade. Fui o único que levou cerveja”, conta rindo.
Ele também recorda momentos marcantes, como quando o narrador André José Adler mencionou Brusque e Guabiruba ao vivo durante a transmissão do Super Bowl. “Foi um choque para todo mundo. Isso ajudou a dar visibilidade ao evento”, destaca.
Entre as edições mais especiais, Júlio destaca a terceira, em 2008, que marcou a primeira participação de pessoas de fora da região.
O brusquense de 39 anos, Emílio César de Souza, conhecido como Manga, participa do Guaba Bowl desde 2019. No entanto, sua paixão pelo futebol americano começou em 2001, quando ele teve a oportunidade de fazer um intercâmbio nos Estados Unidos, em Wisconsin, estado onde está sediado o time Green Bay Packers, sua grande inspiração no esporte.
“Na edição do Guaba Bowl de 2019, recebi um convite do Júlio Schumacher para me juntar a essa turma de fanáticos e admiradores do esporte. A partir daí, não deixei de participar de nenhum evento do Guaba Bowl, que é simplesmente sensacional”, relata Manga.
Ao falar sobre o que mais o emociona no esporte, destaca o envolvimento de sua família. “Eu não consigo assistir a um jogo sem minha filha Olivia e minha esposa Priscila, que já são fanáticas e apaixonadas pelo esporte, assim como eu. Ou seja, a família inteira começou a curtir futebol americano. Sempre que há um jogo, vira um evento familiar aqui em casa”.
Para Manga, eventos como o Guaba Bowl têm um significado especial. “Esse esporte não é fácil de explicar, é preciso vivê-lo. É por isso que o Guaba Bowl é imperdível para os apaixonados. É uma oportunidade de reunir amigos, falar sobre o esporte e, acima de tudo, compartilhar uma experiência única, independente de quem sabe mais ou menos sobre o jogo”.
Edson Roberto Fidelis, de 53 anos, nasceu em Blumenau, mas vive em Brusque há 21 anos. Ele participa do Guaba Bowl desde 2008, quando foi convidado por Rafael para integrar um grupo de Fantasy Football, onde conheceu Júlio Schumacher.
A paixão de Edson pelo futebol americano começou em 1991, com as transmissões de Luciano do Valle na TV Bandeirantes. Inspirado pelo narrador, tornou-se torcedor do Buffalo Bills, que vivia seu auge naquela época.
“Assistindo aos jogos do Buffalo Bills, acabei me apaixonando pelo time, mesmo com a derrota no Super Bowl daquele ano para o Washington Redskins. Desde então, são mais de 30 anos de ligação com o esporte e com o time”, conta.
Nos anos 90, quando as transmissões eram escassas, Edson gravava jogos em fitas VHS para assistir depois.
Desde que participou do primeiro Guaba Bowl, Edson não perdeu nenhuma edição. Ele lembra até de momentos inusitados, como quando fez um teste de Covid torcendo por um resultado negativo para não faltar ao evento.
“Tirando o período da pandemia (2021 não teve evento), nunca faltei. O Guaba Bowl é mais do que um evento esportivo, é um encontro de amigos e apaixonados pelo futebol americano”.
Júlio Schumacher enxerga o Guaba Bowl como uma celebração que vai além do esporte. Ele considera o evento uma parte essencial de sua vida. “É mais importante que meu próprio aniversário. É uma tradição que conecta pessoas apaixonadas pelo futebol americano”.
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