Inclusão: entenda como é desenvolvido o ensino de alunos autistas na rede pública de Brusque
Atualmente, rede municipal tem 161 alunos com o Transtorno do Espectro Autista
Atualmente, rede municipal tem 161 alunos com o Transtorno do Espectro Autista
Atualmente, a rede municipal de Brusque atende 161 alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Desde 2019, atendendo à uma resolução do Conselho Municipal de Educação (Comed), a Secretaria de Educação do município desenvolve trabalho estruturado voltado a esses estudantes.
A secretária Eliani Busnardo Buemo explica que a rede municipal trabalha para a garantia dos direitos de todos, respeitando especificidades de cada aluno, através do Núcleo de Apoio Multiprofissional à Educação Inclusiva (Namei). Todas as escolas têm disponibilidade desse apoio.
O Namei é composto por assistente social, neuropsicopedagoga e psicóloga. “Esses profissionais fazem parte da equipe multiprofissional na qualidade de profissionais da educação, que atuam no sentido de mediar situações entre família/escola/rede de apoio municipal atendendo as prioridades da educação especial. Ressaltamos que a equipe não está completa, devido à escassez de profissional de fonoaudiologia disponível para contratação”, conta Eliani.
A resolução do Comed de 2019 antecede a lei federal que delineou o atendimento às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação.
“A rede municipal de Brusque dispõe de serviços e atendimentos ao público-alvo e complementar da educação especial que ofertam os serviços do Namei, Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Intérprete de Libras e Monitores II (profissionais de apoio à inclusão)”.
Na política de Educação Especial do Município a articulação e a complementaridade desses serviços e atendimentos tem como objetivo planejar, desenvolver e executar recursos pedagógicos e de acessibilidade, com a intenção de eliminar as barreiras e fortalecer o paradigma da inclusão.
De acordo com a secretária, a rede garante promover um sistema educacional inclusivo em todos os níveis de aprendizado. Ela destaca que o objetivo é desenvolver as potencialidades e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais.
“Todo o trabalho oferecido pela escola é pedagógico: o AEE, o acompanhamento do monitor II de Inclusão, as atividades adaptadas do professor de sala, e suporte da equipe do Namei, essas ações são partes integrantes de todo um processo. Cada autista é único e seus níveis de suporte demandam terapias específicas e que sem esse respaldo o desenvolvimento integral do aluno é cerceado”.
Todos os professores da rede municipal de Brusque que atuam no atendimento educacional especializado possuem titulação de especialista na área da Educação Inclusiva.
“Atualmente atuam na rede, 30 profissionais de AEE e mais de 340 monitores II de inclusão. O Namei tem como um dos seus objetivos desenvolver um trabalho de educação permanente e continuada de seus profissionais, para isso, mantém parcerias com várias instituições municipais, estaduais e federais, com temas relevantes voltados à educação Inclusiva, manejo e direcionamentos para um atendimento eficaz”.
A AMA Brusque, Instituto Santa Inês-APAE, Uni Duni Tê, Charlotte e Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) são instituições parceiras da rede municipal.
“Para além, o Namei promove reuniões quinzenais com os professores do AEE, com objetivo de ouvir, alinhar, traçar estratégias para a realização de atendimentos mais assertivos e que venham de encontro com as necessidades de cada aluno”, completa Eliani.
Eliani destaca a importância da interação do aluno autista nos ambientes escolares, ressaltando que a criança e adolescente aprendem com mais significância entre seus pares. “A escola é lugar onde os vínculos são estabelecidos e muitas vezes se perpetua para toda a vida, neste sentido a criança sentir-se pertencente ao grupo onde está inserida é fundamental”.
Através dessa perspectiva, a secretaria trabalha para garantir o acesso e permanência dos estudantes com TEA no ensino regular. “Entendemos que a educação inclusiva diz respeito a todos, a convivência entre todos propicia um ambiente mais harmonioso, cooperativo e empático. O papel da escola é construir um ambiente acolhedor respeitando as diferenças, eliminando todo e qualquer tipo de preconceito”.
Anualmente, a secretaria organiza a Semana de Inclusão, com atividades informativas através de palestras, rodas de conversas e vivências. “A conscientização sobre a inclusão é diária. Visamos contribuir e incentivar discussões e aprofundamentos sobre o tema, o evento é direcionado a todos os alunos, professores e demais profissionais que compõem a rede escolar”.
A secretária avalia de forma positiva o trabalho desenvolvido pelos profissionais do Namei, AEE e unidades escolares. Eliani considera que muitos avanços ocorreram em curto espaço de tempo, já que o núcleo foi criado em 2019 e, mesmo enfrentando dois anos de pandemia, os trabalhos e formações não pararam.
“Buscamos durante esse tempo estreitar laços e romper as barreiras do preconceito, entendendo que a inclusão só se efetua de forma significativa, quando permitimos ampliar nossos conhecimentos com uma educação eficaz e de qualidade”.
Eliani explica que, quando há entendimento que as parcerias entre escola, família e terapias são fundamentais, o feedback das famílias é positivo e o desenvolvimento da criança ou adolescente é sempre significativo.
“Sempre estamos buscando novas estratégias. O nosso olhar é inclusivo, não nos atendo apenas a laudos, e sim à condição diferenciada de aprendizagem que cada aluno apresenta, entendendo que em alguns casos o suporte individualizado ameniza as dificuldades, proporcionando uma maior autonomia ao estudante”.
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