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Indefinição de área para construção de quadra ameaça projeto no Águas Claras

Estrutura tem recursos garantidos, mas indefinição de terreno pode levar obra para o Zantão

A demora no planejamento da construção de uma quadra coberta no bairro Águas Claras pode transferir o investimento de cerca de R$ 600 mil para o Zantão. O motivo é a indefinição quanto a escolha e cessão da área necessária para receber o projeto.

Com a limitação de opções no Águas Claras, representantes da comunidade, poder público e associações veem em parte de uma área na rua Mil e Vinte, a única possibilidade para tirar o projeto do papel. O espaço pretendido faz parte da área utilizada pela Associação Beneficente e Recreativa Santa Cruz (Abresc).

No espaço, são mantidas a sede da entidade e um campo de futebol, utilizado para disputas de campeonatos amadores e partidas de futebol suíço. Para o projeto da quadra, foi cogitada a utilização da parte lateral do campo, onde não há construções.

Entre as possibilidades cogitadas estão a negociação com proprietários de terrenos particulares próximos ao local ou uma redução do campo. Apesar de ser a única alternativa viável, esta última não é unanimidade dentro da Abresc, segundo o presidente Célio de Souza.

Tratativas internas
Ele afirma ser favorável à proposta e ressalta a demanda do bairro por espaços públicos para prática esportiva e realização de outros eventos. Para ele, a medida beneficiaria um número maior de pessoas, mas ainda não é consenso entre os 13 membros da associação. Com o impasse, o grupo corre para tentar apresentar uma definição.

Souza atribui a falta de entendimento interno à ideia de tradição do campo. O espaço, segundo ele, mesmo com a história da estrutura, inaugurada em dezembro de 1994, não tem mais toda a utilidade do passado.

Com um ginásio, na visão dele, seria possível manter o uso mais habitual do espaço e, ainda, ampliar as modalidades praticadas, como vôlei e futsal. Outro ponto defendido por ele é a redução dos custos de manutenção com o gramado e possibilidade de uso da área durante os dias de chuva.

Opções limitadas
Assim como o presidente da Abresc, o representante da Associação dos Moradores do bairro Águas Claras, Almir Bodenmüller, destaca a demanda por uma estrutura semelhante. Para realizar eventos, a população local só tem como alternativa o salão da Paróquia São Judas Tadeu ou de uma escola do bairro.

Ele acompanhava o processo desde a confirmação dos recursos e aguardava uma definição quanto a medida. “É algo muito importante, pois hoje não se tem um local para a população, além dos espaços particulares”.

A apreensão é com a conclusão do projeto. A associação chegou a debater o tema internamente, mas depende de uma definição da entidade responsável pelo espaço.

A falta de uma área adequada para desenvolver as atividades também dificulta o desenvolvimento de projetos comunitários. Pedro Denez, 55, é membro de um grupo de escoteiros há 33 anos e acredita que a existência de uma área como o ginásio poderia servir de incentivo para a convivência comunitária.

De acordo com ele, assim como o grupo de escoteiros, outras ações poderiam ser desenvolvidas, com um espaço propício. “O salão da igreja é da igreja. A da escola é da escola. A população não tem uma área para este tipo de atividade.”

Zantão é possibilidade
Em meio à indefinição no bairro Águas Claras, integrantes da Prefeitura de Brusque acompanham o processo, enquanto avaliam uma segunda possibilidade. Segundo o vice-prefeito Ari Vequi, os recursos encaminhados pelo Ministério dos Esportes, via emenda parlamentar do deputado federal, Rogério Mendonça, o Peninha (MDB).

Como os recursos são destinados para construção de uma quadra coberta na cidade, ela não precisa, necessariamente ser construída no Águas Claras. O bairro, afirma, está sendo priorizado, pela carência de um espaço do tipo, mas outras áreas com a mesma necessidade são estudadas.

Entre as possibilidades, uma área no Zantão, onde está sendo construído um posto de saúde, surge como a alternativa. Nele, seria possível atender a população de bairros próximos, como o Santa Luzia.

Os recursos foram destinados ao município ainda no fim do ano passado, de acordo com Vequi. Desde lá, a administração aguarda uma resolução. “Se o Águas Claras confirmar este interesse, vamos manter lá”. O prazo, segundo o vice-prefeito, depende da solicitação de cadastro do projeto pela Caixa Econômica Federal.

A proposta
Pela proposta apresentada para o Águas Claras, a quadra teria 600 metros quadrados além de uma área de apoio de 120 metros quadrados. Esta última tem capacidade para abrigar uma sala administrativa, uma para guardar o material esportivo e vestiários masculino e feminino.

No entorno, outros 3 mil metros quadrados ficariam disponíveis para uso como campo de futebol sete. Seriam, pelo menos dois, com 45 metros por 25 metros.

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