Inofensivo contra o lanterna, Brusque vai repetindo receita para a queda
Quadricolor vai passando uma temporada com elenco frágil, ataque inoperante e movimentos insuficientes no mercado
Quadricolor vai passando uma temporada com elenco frágil, ataque inoperante e movimentos insuficientes no mercado
A derrota acachapante para o Guarani neste domingo, 28, pôs fim à invencibilidade enganosa do Brusque. E o 1 a 0 no Brinco de Ouro foi um placar mentiroso, porque o quadricolor foi trucidado pelo Bugre. Só não saiu totalmente humilhado de Campinas (SP) porque Matheus Nogueira foi um show à parte.
Luizinho Vieira sempre destaca que o Brusque teve jogos, naquela sequência de seis empates, em que merecia ter saído com a vitória, pelo que fez em campo. Mas não saiu, porque é um time inofensivo, com péssimo poder de finalização. No rebaixamento de 2022, muitos empates e derrotas também poderiam ter terminado de forma diferente. O resultado foi a queda. Na tabela final, tanto faz se o Brusque perdeu 50 mil chances. Caiu da mesma forma, com problemas semelhantes aos de 2024.
No fim das contas, estamos exigindo, torcendo e querendo que o mesmo Brusque que flertou com o rebaixamento no Campeonato Catarinense escape do rebaixamento na Série B do Campeonato Brasileiro.
É praticamente o mesmo elenco que assustou a todo mundo, perdendo para Inter de Lages e Nação no Catarinense. Um time que, nesta temporada, teve um curto período de bons resultados, entre fevereiro e março, para chegar à final do Catarinense. E, daquela fase, apenas uma porcentagem pequena foi de futebol seguro, criativo, convincente de fato.
Luizinho Vieira pode ter seus problemas, suas escolhas questionáveis, mas não é o problema central. Os problemas estão num elenco frágil, especialmente do meio para a frente, e na montagem feita, sem reforços que elevem o nível da equipe de forma inofensiva. Estas questões não crav am um rebaixamento num campeonato tão equilibrado e com todo um turno por jogar, mas dificultam demais a vida.
De todas as contratações para a Série B, só uma se firmou como uma boa peça, um titular: Mateus Pivô. Os demais não conseguiram sequer presença frequente no 11 inicial. O único meia, Anderson Rosa, caiu em desgraça com Luizinho Vieira e saiu do clube com apenas seis jogos. Osman não justificou sua contratação após um Catarinense abaixo do aceitável na Chapecoense. Maurício e Marcelo são apenas reservas úteis; Keké não acrescentou qualidade alguma. Diego Mathias, retornando de empréstimo, continua inconsistente.
A nova janela de transferências foi aberta há 20 dias e não só nenhum reforço foi anunciado como dois jogadores saíram: Salustiano, titular do Guarani contra o Brusque; e Anderson Rosa, que voltou à Portuguesa-RJ.
O Brusque jogou fora a oportunidade de vencer confrontos diretaços na luta contra o rebaixamento. Perdeu para o Guarani (fora o baile), empatou com Ituano, Chapecoense, Botafogo-SP, perdeu para o Amazonas.
Agora vai pegar a sequência infernal do início do campeonato, em que o time apanhou feio, nos momentos derradeiros do comando de Luizinho Lopes. Mas, antes de enfrentar Mirassol, Coritiba, Goiás, Sport, Operário-PR, Santos, Vila Nova e Novorizontino, nesta ordem, ainda pega o América-MG nesta sexta-feira, 2, pela 19ª rodada, a última do turno. Muitas vezes o futebol prega peças e contraria expectativas, mas a tendência de onde o Brusque vai parar é bem clara.
Matheus Nogueira poderia cometer mais 15 erros como o que cometeu no 1 a 1 com a Chapecoense na Arena Condá e ainda teria muito crédito. É o melhor goleiro que já passou pelo Brusque nos últimos anos. Sem ele, talvez o Brusque estivesse atrás do Guarani na tabela.
Sucesso nos verões dos anos 80, Lagoa Sem Fim quase inundou rua de Guabiruba após estouro de canos: