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Interminável novela da duplicação da rodovia Antônio Heil

Pois é. Como noticiado neste jornal na semana passada, o que todos temiam acabou acontecendo. As obras de duplicação da rodovia SC-486 estão paralisadas. Quem por ali passa com frequência, sabe muito bem que a maior parte dessa importante obra rodoviária para a economia brusquense já foi concluída. Falta pavimentar dois ou três pequenos trechos, […]

Pois é. Como noticiado neste jornal na semana passada, o que todos temiam acabou acontecendo. As obras de duplicação da rodovia SC-486 estão paralisadas. Quem por ali passa com frequência, sabe muito bem que a maior parte dessa importante obra rodoviária para a economia brusquense já foi concluída. Falta pavimentar dois ou três pequenos trechos, construir passarelas e viadutos, além do trevo junto à BR-101, esta a meu ver a obra mais difícil. Mas, desde o final de dezembro passado, máquinas e homens sumiram da estrada. Sumiu, também, a nossa esperança de ver a obra completamente acabada.

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A luta para construir essa estrada remonta aos primeiros tempos da Colônia Brusque. Para aqui chegar com seus 55 colonos pioneiros, o Barão de Schneeburg foi obrigado a navegar em precárias canoas rio acima e a caminhar pelas margens, por cinco dias. Diante dessa difícil e sacrificante epopeia, o Barão logo percebeu o quanto era importante a construção de uma estrada carroçável, ligando Brusque ao litoral, especialmente, ao porto de Itajaí. E esta foi uma de suas primeiras reivindicações às autoridades da Província.

A estrada somente seria terminada em 1875. Na verdade, mais um caminho para viagem a cavalo do que propriamente uma estrada a permitir o tráfego normal de carroças. Tanto que informações dão conta de uma inauguração oficial somente em outubro de 1905. Meio século depois, já nos anos de 1960, veio a luta pela construção de uma nova estrada, mais larga e reta, compatível com os novos tempos do automóvel. Surgiu a SC-486, então batizada de rodovia Antônio Heil. Mais tarde, outra luta para cobri-la com o tapete betuminoso. Acompanhei a longa e tortuosa novela asfáltica, escrita em capítulos de desvios, interdições e de viagens tumultuadas sem hora certa para chegar ao destino.

Agora, a nova e interminável novela da duplicação, uma obra necessária para que a riqueza econômica produzida em nossa região seja escoada de forma mais adequada e eficiente. Contribuirá, também, para reduzir a violência no trânsito. Quando tudo estiver terminado, certamente, algumas mortes deixarão de ser choradas em seu leito.

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No entanto, faltando tão pouco e parecendo que a obra seria integralmente concluída, o ritmo do trabalho começou a diminuir até parar por completo. A empreiteira responsável levantou acampamento e desapareceu da estrada. O governo estadual bem que poderia, ao menos, terminar os pequenos trechos que obrigam a desvios perigosos. Infelizmente, nem isso está acontecendo. A paralização confirma a perversa prática de que obra pública, neste país de incompetência e irresponsabilidade administrativa, pode ter prazo para começar, mas nunca para terminar.

É triste e revoltante. Mas, muito tempo, mais de ano vai passar sem que tenhamos a duplicação da Antônio Heil completamente acabada.