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Invencibilidade nula: continuar só empatando levará o Brusque à Série C

Não há efeito prático em estar invicto numa sequência de seis empates e 33,33% de aproveitamento

Invencibilidade nula: continuar só empatando levará o Brusque à Série C

Não há efeito prático em estar invicto numa sequência de seis empates e 33,33% de aproveitamento

João Vítor Roberge

O Brusque tem seis empates consecutivos, um novo recorde na história do clube. A sequência sem derrotas é valorizada pelo técnico Luizinho Vieira, utilizada com um argumento a favor do trabalho. Claro, o time é mais consistente, é muito difícil de ser batido, mas também é muito difícil qualquer um. O quadricolor tropeça nas próprias pernas, entrega pontos, vacila nos momentos mais decisivos. Isto se viu, principalmente, contra Ituano, CRB e Chapecoense.

Se o Brusque tivesse empatado seis partidas seguidas e ocupasse qualquer posição entre a 13ª e a 16ª, a sequência de sete jogos sem perder teria algum significado. Mas não, o time é o 18º colocado, sem chance imediata de sair da zona de rebaixamento. Pelo futebol que joga, talvez merecesse mesmo estar fora do Z-4. Mas não tem de quem reclamar, com as trapalhadas decisivas. E se empatar todos os seus jogos até o fim do campeonato, o destino não é outro além da Série C. Ficaria invicto por 29 jogos em um recorde inútil.

Nos seis empates, foram obtidos seis pontos de 18, 33,33% de aproveitamento. Os seis empates são equivalentes a duas vitórias e quatro derrotas. A uma vitória, três empates e duas derrotas. E vitórias são o primeiro critério de desempate. No meio desta sequência, muitas chances de vitória foram desperdiçadas.

Luizinho Vieira está longe de ser um problema fundamental, antes o contrário. Ele, de fato, ajeitou o Brusque e faz um trabalho interessante com o que tem em mãos. O sistema de três zagueiros foi um acerto. Com o técnico, o time voltou a competir bem, voltou a ter atuações seguras, parou de ser goleado como o saco de pancadas que começava a ser nas primeiras rodadas da Série B.

Mas junto às oportunidades perdidas e às falhas individuais bisonhas dos últimos jogos, há também uma pitada de azar em bolas na trave, por exemplo. É o pesadelo do ataque de 2022 novamente, mas agora sem a suposta grife de jogadores como Júnior Todinho ou Crislan. Há pouco ou nada que Luizinho Vieira pode fazer nestes momentos.

A campanha da permanência de 2021, por exemplo, não era a de um timaço que jogava toda a bola do mundo, mas foi uma equipe capaz de marcar muitos gols, tendo o artilheiro do campeonato consigo.

Hoje o Brusque tem 13 gols na Série B, marcados por 13 jogadores diferentes (um foi gol contra). Zagueiros, laterais, volantes, meias, pontas e centroavante já balançaram as redes, só faltam os goleiros. Que bom que todos participam, mas ninguém se destaca de fato. Não é bom ser totalmente dependente de um único jogador, claro, mas hoje não se pode contar com ninguém para a função de fazer gols.

E nenhum reforço foi anunciado ainda. Tomara que a espera seja recompensada com um acréscimo legal de qualidade do meio para a frente. Tomara mesmo.

Fator casa

O Augusto Bauer foi muito importante, sim, especialmente na campanha de 2021, quando foi garantida a permanência. Mas não é uma arma letal, um alçapão implacável, um lugar mágico, nem nada disso. Em 2022, teve sequências de derrotas, mesmo com bons públicos.

Em 2021, o Brusque jogou a maior parte do campeonato sem público, por conta da pandemia, assim como todos os outros times. Teve quatro vitórias em 12 jogos em casa, antes de o público ser liberado, de forma parcial, na 26ª rodada. Desde então, sob o comando de Waguinho Dias, o Brusque venceu cinco partidas no Gigantinho e perdeu duas, para Vasco e Vila Nova. Os quatro primeiro jogos tiveram média inferior a 1 mil torcedores.

Complicou-se

O Carlos Renaux só dependia de si próprio para se classificar direto às semifinais do Catarinense Série B, mas empatou com o Guarani em Palhoça. Abriu o placar, tinha um jogador a mais, mas sofreu o empate na sequência, com uma atuação desinspirada. O Vovô caiu para o terceiro lugar e o Guarani caiu para a Série C.

Agora, o Renaux pega o Camboriú do técnico Luan Carlos na primeira fase. E foi punido pelo regulamento porque, se passar, enfrenta o bicho-papão Santa Catarina, líder absoluto do campeonato. Valia mais ter ficado em quarto por um páreo menos difícil contra o Caravaggio.

O acesso não é impossível. Desde que voltou ao futebol profissional, este é o melhor e mais regular Carlos Renaux ao lado do time de 2022. Mas a luta pelo acesso se complica muito agora.

Goat

Após mudanças societárias e um impasse confidencial com a CBF, o canal Goat voltou a transmitir a Série B após semanas sem as partidas.


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Difícil de aprender, cinquì perde popularidade em Botuverá e corre risco de extinção:


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