Jovem é condenado a sete anos de prisão
João Paulo Antunes da Silva causou a morte de duas pessoas no ano passado, na rodovia Antônio Heil
João Paulo Antunes da Silva causou a morte de duas pessoas no ano passado, na rodovia Antônio Heil
João Paulo Antunes da Silva foi condenado pelo tribunal do júri, em sessão realizada na sexta-feira, 8. De acordo com o resumo dos fatos emitido pela justiça, no dia 10 de fevereiro de 2013, Silva trafegava pela rodovia Antônio Heil com o GM Astra de um amigo quando bateu em uma moto Suzuki GSX 750F, perto da igreja Santa Terezinha. O Astra estava na contramão quando colidiu com a moto, e o motorista estava em “completo estado de embriaguez”. O motociclista, Zaqueu de Morais, encarregado de obras de 37 anos, e Camila Machado Senna, manicure de 18 anos, morreram no local. Os dois tinham um relacionamento, e Camila era mãe de Ana Carolina de Senna da Silva, à época com um ano e meio. A denúncia do Ministério Público foi de homicídio doloso, pela gravidade do caso. Confira a seguir os momentos-chave do júri:
Invocando a Deus, o juiz da Vara Criminal, Edemar Schlösser, iniciou a sessão, com oito minutos de atraso porque um dos jurados não havia chegado. Familiares das vítimas viajaram mais de 10 horas do Paraná para acompanhar o julgamento. Irrequieto, João Paulo Antunes da Silva foi inquirido por Schlösser. Ele disse que estava numa festa no bairro Mineral, em Itajaí, e que dividiu “cinco ou seis latas de cerveja” com 10 pessoas. Sobre a velocidade, ele afirmou que estava a 70 ou 80 km/h.
A promotora, Maria Fernanda Fontes, usou a uma hora e meia a que teve direito para sustentar que houve dolo eventual, ou seja, o acusado assumiu o risco de matar ao pegar o volante. A tese da acusação foi que João Paulo Antunes da Silva bebeu na festa de que saiu e ficou embriagado, com 0,69 miligrama de álcool por litro de ar. No caminho para Brusque, o réu teria praticado “racha” com um amigo, que estava num Celta. Maria Fernanda disse que, num espaço de 45 segundos, Silva ultrapassou e foi ultrapassado três vezes, entre a Uvel e o local do acidente. No momento acidente, o Astra estaria fazendo outra ultrapassagem. Quando viu a moto no sentido contrário, o motorista não conseguiu voltar para a sua pista porque havia uma ilha no meio da via. Com isso, ocorreu a batida frontal com Zaqueu.
O advogado de defesa, Gilvan Galm, sustentou a tese de que a ilha de segurança foi a principal causadora do acidente e que tudo foi uma fatalidade. Na versão de Galm, Silva, na verdade, estava indo para o hospital levar o amigo, que estava de carona e em coma alcoólico. Só por isso Silva teria pego o volante mesmo tendo bebido. A defesa também argumentou que a ilha de segurança tirou a possibilidade de evitar o acidente. Além disso, citou um depoimento de um PM que atendeu a ocorrência e disse não ter sentido cheiro de álcool.
O nervosismo de Silva durante o julgamento, com mãos trêmulas e rosto transtornado, justificou-se ao final de mais de quatro horas de sessão. O argumento de que Silva não estava “embriagado” e de que foi uma fatalidade não convenceu os jurados, que decidiram condenar o réu por dois homicídios simples. O tempo de pena será de sete anos em regime semiaberto.