Lançado em 2011, projeto Planeja Brusque 2040 está esquecido

Ex-prefeito afirma que iniciativa foi incorporada a projeto de maior proporção, que não teve continuidade

Lançado em 2011, projeto Planeja Brusque 2040 está esquecido

Ex-prefeito afirma que iniciativa foi incorporada a projeto de maior proporção, que não teve continuidade

O projeto Planeja Brusque 2040 mobilizou entidades, empresários e a população com o objetivo de traçar as linhas-mestras para o desenvolvimento do município. A iniciativa prosperou por pouco mais de três anos, mas caiu no esquecimento.

O Planeja Brusque 2040 surgiu em 2010, mas foi lançado oficialmente em fevereiro de 2011. Era encabeçado pela Associação Empresarial (Acibr) com o apoio da Unifebe, Uniasselvi/Assevim, prefeitura e outras instituições.

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Edemar Fischer, que era presidente da Acibr na época, diz que foi um projeto grande que contou com muitos especialistas em diversas áreas. Ele lembra que foram feitas reuniões nos bairros, com participação de associações e da população em geral.

Além disso, professores da Unifebe e da Uniasselvi/Assevim se envolveram na elaboração das propostas que norteariam o crescimento urbano, o uso do solo e a mobilidade da cidade até 2040.

Em 30 de julho de 2012, por exemplo, o teatro do Centro Empresarial, Social e Cultural de Brusque (Cescb) ficou lotado para acompanhar a exposição feita pelo professor Ozinil Martins de Souza sobre o projeto.

Na ocasião, foram apresentadas algumas ideias para o futuro da cidade. Os eixos de crescimento foram apontados como Dom Joaquim e Jardim Maluche.

Além disso, foi identificada a necessidade de definir os corredores de tráfego, a melhora no transporte público, a criação de portos secos nas rodovias, a construção de um anel viário que circundaria toda a cidade, a implantação de novas pontes (uma delas no Centro) e a elaboração de um plano industrial da cidade.

Fischer diz que era um projeto que abrangia diversas áreas e tinha “muito conteúdo”. Ele acrescenta que o futuro traçado contava com a participação popular, inclusive, dos bairros.

Mas o planejamento não saiu do papel. “Não teve respaldo da prefeitura, como ela disse que teria”, lamenta o empresário.

Em meados de 2014, a prefeitura encampou a iniciativa. Fischer diz que as informações foram repassadas e poderiam traçar o desenvolvimento do município, mas logo o governo modificou o projeto.

O Planeja Brusque 2040 deu lugar ao Brusque 2030, criado pela prefeitura. O então governo Paulo Eccel incorporou as ideias do Brusque 2040 ao Congresso da Cidade, que tinha como objetivo ouvir as pessoas nos bairros por meio de assembleias.

Günther Lother Pertschy, reitor da Unifebe na época, diz que esse foi o capítulo final para que o projeto terminasse. Fischer conta que as entidades não gostaram que o planejamento tinha sido encurtado de 2040 para 2030.

O entendimento das entidades era que o projeto era muito grande e complexo para ser realizado em apenas 15 anos (contando a partir daquela época). A alteração afastou as instituições.

Em 2015, em uma reunião do PSC, tentou-se retomar o projeto, mas sem sucesso. “É uma pena porque tudo o que foi discutido, planejado e demonstrado era fantástico”, diz Fischer.

Paulo Eccel defende a postura do governo

Prefeito na época do Brusque 2040, Paulo Eccel nega que tenha havido qualquer deturpação no planejamento. Segundo ele, o seu governo fez um projeto maior, o Congresso da Cidade.

Eccel diz que o Planeja Brusque 2040 não aconteceu em sua plenitude porque não teve o envolvimento completo das entidades. Ele afirma que a prefeitura participou das reuniões, como consta nas atas, mas a iniciativa careceu de apoio.

“[As entidades] acham que o saber, o conteúdo, o conhecimento está na mão somente de uma classe, de uma casta. O meu entendimento é que o conhecimento e o saber está nas mãos das pessoas de uma forma geral. O Congresso da Cidade foi uma das experiências mais belas que a cidade já produziu, infelizmente, depois daquilo não se viu mais planejamento em lugar algum”, afirma o ex-prefeito.

O Congresso realizou diversas reuniões nos bairros, nas quais a população pôde se manifestar sobre como a cidade deveria ser planejada.

Depois, as demandas foram levadas à reunião plenária municipal, que ocorreu em 24 de maio de 2014, na Uniasselvi/Assevim. O encontrou reuniu cerca de 300 delegados, como eram chamados os representantes dos bairros, escolhidos em assembleias regionais.

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O ex-prefeito cita, por exemplo, que uma das obras elencadas no Congresso da Cidade foi o anel viário – que também estava no rol de propostas do empresariado. Eccel afirma que o planejamento começou a ser posto em prática.

“Conseguimos o recursos do financiamento internacional, mas a Câmara de Vereadores não aprovou”, lamenta o ex-prefeito. Ele afirma que o empresariado também poderia ter sido mais atuante.

“Se tivessem empenhado um pouco mais naquele momento que se discutia o financiamento internacional, hoje estaríamos com uma obra importantíssima na cidade que era a nova ponte do Centro e o início do anel viário ligando a Ivo Silveira à rodovia Antônio Heil, encaminhando para o distrito industrial da Limeira por uma via alternativa”, diz Eccel.

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