Larvicida suspeito de causar microcefalia não é utilizado em Brusque
Samae informa que não usa o produto no tratamento da água distribuída à população
Samae informa que não usa o produto no tratamento da água distribuída à população
Órgãos de saúde foram surpreendidos na semana passada com a notícia, divulgada por um grupo de cientistas argentinos, de que o larvicida Pyriproxyfen, usado no Brasil desde 2014, seria um possível causador de microcefalia. O Rio Grande do Sul, como medida preventiva, suspendeu o uso do produto – Santa Catarina ainda não.
No entanto, conforme informações repassadas pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Brusque, o larvicida não é utilizado no município no tratamento da água para consumo humano, e a população não deve alimentar preocupações a respeito.
O larvicida foi introduzido no país com objetivo de deter o desenvolvimento da larva do mosquito Aedes aegypti em tanques de água potável.
Aqui no estado, ainda não há orientação para proibição do larvicida. O estado só mudará sua orientação se houver algum parecer vindo direto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Até agora, ambos os órgãos alegam que as informações de suspeita sobre contaminação da água pelo larvicida não têm comprovação científica, o que também é argumentado pelo fabricante do Pyriproxyfen.
Os pesquisadores argumentam a existência da relação entre o larvicida e a microcefalia em relatório divulgado na semana passada, pela organização médica argentina Physicians in the Crop – Sprayed Towns.
O relatório relaciona o pesticida ao período de maior manifestação da doença. Ou seja, o argumento é de que quando o Brasil começou a fazer uso do pesticida foi detectada uma maior incidência dos casos de microcefalia.
Os cientistas também alegam que em outros locais onde houve epidemia de zika não foram registrados casos de microcefalia, o que aumenta a a suspeita sobre o larvicida.
Uso na iniciativa privada
Aqui, no entanto, esse perigo em potencial está descartado. Conforme o químico da Estação de Tratamento Central (ETA) do Samae, o larvicida não é usado no tratamento de água, por ser considerado “muito forte”.
Segundo Cardozo, é mais comum o seu uso pela iniciativa privada, para remoção de algas que se formam em tanques de armazenamento de produtos. “Ele é mais usado em usinas e geradoras de energia, onde gera muita alga nos tanques, aí eles tinham que usar alguma coisa forte, mas não é utilizado aqui”, garante.
Ele diz, ainda, que todos os compostos químicos utilizados em tratamento de água tem que ser avalizados pela Anvisa, tanto do ponto de vista de quantidade quanto de qualidade. “Não precisa haver preocupação, na nossa região tenho certeza que não é usado”, afirma o químico.