Maior parte dos deputados federais de SC apoia projeto de anistia aos condenados do 8 de janeiro
Anistia 1
O requerimento para que o projeto de anistia aos condenados de 8 de janeiro seja colocado em votação na Câmara dos Deputados contabilizava até o final da tarde de ontem 247 assinaturas. São necessárias, no mínimo, 257. Doze dos 17 deputados federais de SC já assinaram: Caroline de Toni (PL), Valdir Cobalchini (MDB), Daniel Freitas (PL), Daniela Renhehr (PL), Giovânia de Sá (PSDB), Gilson Marques, Ismael (PSD), Julia Zanatta (PL), Luiz Fernando Vampiro (MDB), Rafael Pezenti (MDB), Ricardo Guidi (PL) e Zé Trovão (PL).
Anistia 2
A propósito, o inseguro e instável presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, apresentou uma proposta, ainda verbal, que parece sensata e republicana: anistia a aqueles vândalos não, mas que as penas possam ser ajustadas, sim. Há absurdos, crueldades e vinganças em muitas delas.
Intolerância
A banda Ira! anunciou anteontem o cancelamento de shows em SC, agendados para Jaraguá do Sul e Blumenau, e no Rio Grande do Sul após manifestações do grupo de rock contra a concessão de anistia aos responsáveis pelos atos de 8 de janeiro, que resultaram em vaias numa apresentação em Contagem (MG). Uma pena. Um conselho a eles nestes tempos de intolerância política: apenas cantem e não se imaginem que estão num comício. Afora disso, se realmente viessem para cá e fizessem a mesma manifestação, talvez não teria sequer show.
Caso que segue
Mais um capítulo do caso Mariana Ferrer, o da influenciadora digital catarinense dopada e estuprada durante uma festa de gente bacana na Ilha de SC em 2018. A União Brasileira de Mulheres pediu ao Supremo Tribunal Federal para atuar como “amigo da Corte” num recurso apresentado pela defesa dela para anular a audiência que absolveu o réu. A UBM diz que tem mais informações a dar ao tribunal. O processo se tornou tão importante que deverá ser apreciado pelos 11 ministros “supremos”.
Marco histórico
Vai para a história da violência em SC: no mês de março deste ano registrou-se o menor número de feminicídios dos últimos 10 anos no Estado: foram duas vítimas, contra 10 no mesmo período de 2024. A implantação das salas lilás e do botão do pânico ajudaram nisso.
Parcialidade
Estranho (ou não?) o comportamento de parte da mídia nacional em relação ao empresário brusquense Luciano Hang. Várias publicações estão destacando a condenação da rede Havan, da qual é dono, a pagar uma indenização de R$ 5.960 a uma funcionária de loja do interior de São Paulo por assédio eleitoral da gerente. Enquanto isso, passou quase completamente ignorado um acordo, feito no Tribunal Regional do Trabalho de SC, em fevereiro, em que Hang se comprometeu a enviar mensagem a seus empregados informando que não mais fará manifestações eleitorais dentro dos seus estabelecimentos. O acordo veio no rastro de uma estapafúrdia multa de R$ 85 milhões, aplicada pelo Ministério Público do Trabalho em SC, em 2018, por suposto assédio em funcionários para que votassem em Bolsonaro naquele ano.
Crimes virtuais
Um dos focos atuais do delegado geral de Polícia Civil do Estado, Ulisses Gabriel, são os crimes virtuais que em SC totalizaram 28 mil em 2010 e que deram um grande salto para 165 mil no ano passado, tudo monitorado por um cyber laboratório especialmente criado e reforçado por uma reestruturada Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, que tem conseguido fazer prisões em todo Brasil, dando origem a 53 ações judiciais.
Método educacional 1
Discretamente, a Secretaria de Educação de SC está aplicando em 73 escolas públicas, como piloto, um novo método educacional de alfabetização rápida, desenvolvido na Alemanha e trazido ao Brasil por uma professora da rede pública de Alta Floresta, de Mato Grosso, em 2021. Baseado na neurociência cognitiva, que estuda como o cérebro aprende e processa informações, o sistema organiza as letras em blocos e prioriza a facilidade da pronúncia em vez da ordem alfabética.
Método educacional 2
Também aplicado para alfabetizar jovens, adultos e imigrantes, como ocorreu em Joaçaba para ensinar português a 35 crianças estrangeiras de Haiti, Venezuela, Paraguai e Japão, o material utiliza fichas com quadros. No início, cada um apresenta uma única letra, acompanhada de cores que se repetem para reforçar a memorização. Com o avanço do aprendizado, os quadros passam a combinar diferentes letras, formando sílabas e, depois, palavras, avançando, em seguida, para a interpretação de frases e textos.