Uma observação curiosa: entre os principais filmes de 1969, listados pelo IMDb, não existem desenhos animados ou muitos filmes infantis ou com jeitinho de “sessão da tarde”.

Entre os poucos que poderiam se encaixar nessa categoria, forçando um pouco a barra, estão o favorito de Lorelai Gilmore (fãs entenderão) Pippi Meia-Longa e um legítimo representante da fábrica de hits cinematográficos de Elvis Presley, Ele e as Três Noviças, com Mary Tyler Moore no elenco.

Musicais? Temos dois exemplares que resistiram ao tempo: Hello, Dolly, com Barbra Streisand – e dirigido por Gene Kelly! – e Charity, Meu Amor, com Shirley McLaine e direção de Bob Fosse. Só titãs.

Ao contrário dos filmes “fáceis”, 69 foi um ano de obras afinadas com a época, com denúncias sociais e quebra do status conservador. Sofisticadas, impactantes. Foi o ano de A Noite dos Desesperados, de Sydney Pollack, com Jane Fonda. O filme conta a história de uma maratona de dança durante a depressão norte-americana. Fundamental.

Foi também o ano de filmes que viraram objetos de desejo no Brasil, por conta da censura. Quem nasceu a tempo, lembra o ritual de ir ao cinema anos depois para finalmente assistir a obras como Z, de Costa-Gavras ou Queimada, com Marlon Brando, obras políticas afastadas pela ditadura.

De diretores também super reconhecidos, foi o ano de Satyricon, de Fellini, Topázio, considerado um filme menor de Alfred Hitchcock e de Um Assaltante Bem Trapalhão, o quinto título de Woody Allen.

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