Manifestação reúne cerca de 500 pessoas nas ruas centrais
Organizadores esperavam cerca de duas mil pessoas em protesto contra a presidente Dilma e pelo fim da corrupção
Organizadores esperavam cerca de duas mil pessoas em protesto contra a presidente Dilma e pelo fim da corrupção
Centenas de pessoas foram às ruas de Brusque na tarde de ontem. Essa foi a segunda edição das manifestações que pedem por melhor qualidade de vida, fim da corrupção e o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo o tenente-coronel Moacir Gomes Ribeiro, da Polícia Militar de Brusque, a estimativa é que cerca de 500 pessoas foram ao protesto, bem abaixo do esperado pelos organizadores do evento na cidade.
Segundo José Adriano Machowski, um dos idealizadores do protesto, a expectativa era receber entre duas e quatro mil pessoas. O evento que anunciava a manifestação em Brusque no Facebook, tinha pelo menos dois mil manifestantes confirmados.
“Precisamos que as pessoas venham às ruas, participem, façam suas vozes serem ouvidas. Nós queremos bem mais do que a saída da presidente do poder, precisamos de melhor saúde, educação, segurança pública e qualidade de vida”, afirma.
Para o adolescente Adriano Schlindwein, de 17 anos, todo mundo que quer mudança precisa se mobilizar pela melhoria do país. “Eu vejo muita gente na internet, se sentindo um gigante, mas a verdade é que ninguém tem coragem de sair de casa, de mostrar a cara. Eu acho que os jovens precisam mudar isso”, diz.
A manifestação começou na rua Lauro Muller, no Centro, em frente à agência do banco HSBC, com poucas pessoas, mas foi agregando moradores que passeavam pelo Centro e que moram nos prédios por onde a multidão passou. Eles seguiram pela avenida Cônsul Carlos Renaux, foram até a rua João Bauer e chegaram na praça Sesquicentenário por volta das 17h30, onde permaneceram até o fim do protesto.
A maioria das vozes pediam pelo fim da corrupção e do mandato da presidente Dilma, mas além disso, muitos pediam por mais educação, saúde e segurança pública. É o caso da empresária Osmarina de Souza Pereira, de 33 anos, que quer mais atenção às escolas públicas. “Nossa reinvindicação vai além da saída da presidente do poder, nós queremos também melhores condições na educação da cidade, que hoje está muito ruim. É preciso mais carinho com essa questão”, solicita.
A melhoria na educação foi destacada também por Valmir Young, de 31 anos. Ele é casado e tem uma filha de dois anos, que frequenta uma creche graças ao convênio que sua empresa tem com uma escola. “Não temos vaga na rede municipal, e isso precisa ser visto, precisamos de mais creches, mais vagas, nossas crianças precisam de atenção”, diz.
A saúde também foi destaque para Otaviano Aurélio de Souza, de 67 anos, que foi à manifestação junto com a filha. Ele reclama do atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e alega que para ter assistência médica de qualidade é necessário pagar. “Ninguém da minha idade aguenta na fila de espera hoje em dia, não podemos mais deixar os idosos morrerem à míngua nos hospitais por pura negligência”, reclama.
Segundo os organizadores do manifesto, novos protestos devem acontecer nos próximos meses. A previsão é que as manifestações aconteçam em intervalos de 50 dias, até o fim do ano.