Como você sabe, o Like costuma ter dois tipos de texto: o escrito por teens (ou pós teens) e o escrito para os teens. Hoje a gente subverte um pouco esses critérios, falando para quem convive com as novas gerações, especialmente online.
A gente sabe como as coisas funcionam: cada geração (e gerações duram cada vez menos, sendo logo substituídas por outras cabeças, pensantes de uma nova forma) tem seu idioma. Sua linguagem. Suas referências. Suas gírias. Para quem não domina essa comunicação específica, tentar se apropriar dela é meio arriscado: fica muito, muito claro que é uma voz artificial, não nativa. Gente mais velha tentando usar a linguagem da meninada acaba chegando em um efeito “tio da Sukita” – expressão, aliás, que a meninada desconhece. Nasceram depois. Quem quiser conhecer ou relembrar, clique aí abaixo!
Não é de hoje que podemos colocar o meme na categoria gíria, totalmente presenta na vida online diária de quem frequenta redes e comunicadores sociais. Meme é uma gíria mista, meio visual, meio legendada… e muito calcada em referências da cultura pop, muitas vezes em seus territórios mais trash. Gretchen foi resgatada pelos memes. Inês Brasil é mais famosa por conta de ter virado personagem memética. A menos de um mês, o que é uma eternidade para os padrões das modinhas online, até a Cuca do Sítio do Picapau Amarelo ganhou projeção internacional depois de ter sido descoberta em fóruns LGBT e disseminada via Twitter. Os gringos não sabem bem o que ela é, mas já virou símbolo dos dias de hoje. E viva a Cuca! Enquanto dure!
Já que estamos todos expostos o tempo todo aos novos memes, é bom saber que temos ferramentas que nos ajudam a compreender o que são e de onde vieram as imagens e os gifs que pontuam os comentários no Facebook, as conversas no WhatsApp e todo o cantinho onde possam invadir. Junto com os emojis, memes são o mais moderno idioma que devemos aprender a dominar.
Se você sente a necessidade de entender cada meme que aparece, corra para estes quatro sites, antes que o seu objeto de curiosidade caia em desuso.
Lugar já clássico para conhecer origens e usos dos memes. Busque pelo nome e com certeza você vai descobrir como tudo começou, até com direito a gráfico do Google Trends, mostrando quando o meme atingiu seu máximo de popularidade. Vale a pena gastar um pouco do seu conhecimento de outro idioma, o inglês. O site também tem página no Facebook, facilitando a vida de quem quer permanecer atualizado.
Pensa que a coisa não é objeto de estudos acadêmicos? O Museu de Memes é um projeto da Universidade Federal Fluminense voltado a memes made in Brasil. A abordagem é mais aprofundada, perfeita para quem tem um interesse menos imediatista. Tem até artigos e referências de pesquisa. Vale a visita.
O formato wiki, a versão atual e simplificada das enciclopédias, tem também seu endereço específico para memes, em Português, inclusive. A interface é simples, o que pode ser uma vantagem para quem está mais atrás de informação do que de uma experiência de navegação moderninha, mas a divisão por categorias é extremamente prática. É mais útil para quem quer conhecer memes do que para quem está procurando a origem de algo específico.
Projeto dos que eram os maiores especialistas em meme, no Brasil, há alguns anos, o pessoal do Youpix. Infelizmente deixou de ser atualizado depois que o YouPix mudou de foco, mas ainda serve para quem quer ver como eram as coisas até 2015.
Se agora você já sente segurança para dar seus primeiros passos autorais no mundo dos memes, fique com essas duas opções já tradicionais para criar suas próprias imagens legendadas, sem precisar mexer com editor de imagens.
Prático, básico e autoexplicativo, o site pode ser usado até por quem tem pouca intimidade com o “faça você mesmo” internético. Você escolhe a imagem, digita o texto, salva. E coloca em uso depois, Em Português.
Mais ou menos a mesma coisa, só que em inglês e com uma quantidade absurda de opções de imagens. Ah, sim: em ambos os sites, você também pode tentar viralizar seu próprio meme original, fazendo upload de imagem inédita.
É isso. Agora é hora de experimentar suas novas habilidades meméticas. Antes que seja tarde.
Claudia Bia – editora do Like